(Jobem Pan, 22/02/2016) Tensão desencadeada pela preocupação com o zika vírus pode aumentar o número de casos de depressão pós-parto. Essa preocupação foi revelada pela ginecologista do Hospital das Clínicas e consultora da Jovem Pan, Albertina Duarte. Segundo ela, depressão pós-parto é um transtorno que pode atingir qualquer mãe, mesmo aquelas que tiveram uma gestação absolutamente tranquila. Mas o medo de que algo aconteça com a criança que está sendo gestada pode causar depressão mesmo que nada tenha ocorrido: “A estimativa é de 10% de casos de depressão pós-parto, mas pode chegar até 27%, ou seja, praticamente em cada 10 mulheres, 3 podem ter um tipo de depressão. (…)Esse medo, a dificuldade e preocupação de que alguma coisa vai dar errado pode desgastar muito a mulher. Algo que já existe com mulheres saudáveis, imagina então diante de uma situação de medo que o bebê nasça com problemas”.
Albertina Duarte lembra que é fundamental que o parceiro e a família se envolvam e deem conforto para a grávida para minimizar as tensões: “Nesse momento em que as grávidas vivem mais ansiedade, os profissionais e a família devem ser mais compreensivos. O parceiro não entende essa ansiedade da mulher e ela fica muito sozinha”.
A médica explica que de manhã e à noite são os períodos em que a mãe está mais cansada e é quando podem se manifestar os sintomas da depressão pós-parto. Ela explica que sentir cansaço e falta de energia é normal, mas que isso, somado aos outros sintomas, não deve perdurar: “É importante ficar alerta para o choro constante, falta de memória, comer compulsivamente ou não comer nada, sem energia e sem vontade de levantar”.
Diagnosticada a depressão pós-parto, é fundamental que compreendam a gravidade do problema para que a mãe possa se recuperar sem prejuízos para o bebê.
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