Com o apoio da ONU, TV Brasil exibe, hoje (20/10), Caminhos de Reportagem sobre morte materna

20 de outubro, 2016

Programa “Morte materna: histórias de dor e saudade” será exibido às 20h50 desta quinta-feira (20/10) na TV Brasil. Tema foi abordado por meio de parceria entre a TV Brasil, ONU Mulheres, UNFPA e contou com a assessoria técnica da OPAS/OMS

(ONU Mulheres, 20/10/2016 – acesse no site de origem)

O Caminhos da Reportagem vai contar cinco histórias de mulheres que perderam a vida por diferentes causas, mas todas com algo em comum: envolviam gestação, parto ou puerpério. Familiares contam o que essas vítimas enfrentaram para obter atendimento médico e falam sobre a luta por justiça. O programa “Morte materna: histórias de dor e saudade”, que será exibido nesta quinta-feira (20/10) às 20h50, também vai mostrar os desafios para a humanização dos serviços de saúde pública e, ainda, relembrar a história de Alyne Pimentel, que faleceu aos 26 anos no corredor de um hospital no Rio de Janeiro aguardando por um leito. Uma história de omissão e descaso que levou o país a ser condenado pelo Comitê para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW).

O programa “Morte materna: histórias de dor e saudade” foi produzido com o apoio da ONU Mulheres Brasil e do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e assessoria técnica da Organização Pan-americana de Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS). Na próxima semana, em 25 de outubro, o Caminhos da Reportagem receberá o Prêmio de Jornalismo Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos como melhor documentário jornalístico pelo programa Mulheres do Zika, produzido em cooperação com a ONU Mulheres, UNFPA, Secretaria de Políticas para as Mulheres e apoio técnico da OPAS/OMS, veiculado em julho passado.


Problema global
– Morte materna é a morte de mulheres durante a gestação, o trabalho de parto ou até 42 dias após o término da gravidez, no período chamado puerpério. É causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela.

O Brasil não alcançou a meta de redução de mortalidade materna recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 35 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. Embora o país tenha conseguido reduzir os índices, ainda registra, em média, 62 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. Os estados que lideram esses índices são Bahia, Pará, Maranhão e Rio de Janeiro.

Narrativas de vida – Entre os casos a serem contados pelo Caminhos da Reportagem está a história de Nayres Rodrigues. A jovem de 19 anos vivia em Alcântara, no Maranhão e, em 2015, faleceu durante o trabalho de parto. O bebê também não sobreviveu. A jovem mãe foi enterrada com o filho ainda na barriga e, mais de um ano depois da morte dos dois, a família aguarda o laudo da exumação do corpo e ainda busca entender o que aconteceu.

Ainda no Maranhão, o programa revela as dificuldades que as gestantes enfrentam para ter acesso aos serviços básicos de saúde. Em locais improvisados – como escolas e casas cedidas pelos próprios moradores -, a equipe da Força Nacional de Saúde oferece atendimento à população do interior do estado.

Catiane Alves, 25, é estudante, está grávida do sexto filho e sua gestação é de alto risco. Além de ter de esperar a visita de algum médico na região, precisa do irmão para levá-la de moto ao local do atendimento, que acontece distante de sua residência.

“A gente observa, pelos povoados que a gente já andou, assim, uma dificuldade de acesso ao serviço de saúde. Até pelo ambiente mesmo, que é cheio de rios, dunas, o posto é longe, o pessoal não tem condição de se deslocar”, diz a enfermeira Flávia Rodrigues, que atua na Força Nacional de Saúde.

Saúde das mulheres– De acordo com a médica obstetra Esther Vilela, coordenadora da área técnica de saúde da mulher do Ministério da Saúde, “a grande questão da morte materna é o seu grau de evitabilidade, ou seja, em torno de 92% dessas mulheres que morreram por questões maternas, elas não precisariam ter morrido. Isso causa nas famílias que perderam essas mulheres uma grande dor e em nós também, gestores, profissionais de saúde, ninguém quer que uma mulher morra decorrente da morte materna”.

De acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, as principais causas de morte materna no Brasil são hipertensão, hemorragia, doenças cardiovasculares, infecção no pós-parto e aborto clandestino.

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