Comitê debate atualização do PCDT da infecção em adultos

18 de maio, 2016

(DDAHV, 18/05/2016) Grupo avaliou o uso do dolutegravir na terapia de resgate e os critérios para genotipagem pré-tratamento

As indicações de uso de medicamentos para terapia de terceira linha, os resultados de estudo de resistência transmitida do HIV e os critérios para indicação de genotipagem pré-tratamento foram debatidos durante a reunião do Comitê Técnico-Assessor de “Atualização do PCDT para manejo da infecção pelo HIV em adultos” realizado na terça-feira, 17, no auditório Lair Guerra. Participaram técnicos do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV), profissionais na área de manejo da infecção pelo HIV e representantes da Sociedade Brasileira de Infectologia e da sociedade civil.

O primeiro protocolo para HIV em adultos foi lançado em dezembro de 2013 e o diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, lembrou que essa foi uma das primeiras iniciativas da atual gestão. “Debatemos o assunto em agosto de 2013; o PCDT em adultos era inovador e o Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a testar e a tratar pacientes com HIV”. O diretor ressaltou os enfrentamentos para a aplicação do protocolo, à época. “Na ocasião, havia uma série de desafios, como a introdução da dose fixa combinada (três em um). Hoje, já são 185 mil pessoas sendo tratadas com dose fixa combinada, com aumento expressivo na adesão e consequente supressão da carga viral”.

Durante o encontro para atualização do PCDT, o comitê definiu as indicações de uso do dolutegravir na terapia de resgate (de terceira linha), conforme já aprovado pelo Conitec. Também foram apresentados os resultados do Estudo RENIC, que verifica a resistência transmitida do HIV e é coordenado pelo Dr. Amilcar Tanuri (UFRJ). O estudo permitiu, também, discutir critérios para indicação de genotipagem pré-tratamento, num cenário de recursos financeiros escassos e de utilização do efavirenz no esquema preferencial de primeira linha.

Por fim, foi muito discutida a perspectiva do futuro uso de inibidores de integrase em esquemas de primeira linha, o que pode aprimorar ainda mais o tratamento em curso no Brasil e reduzir a necessidade da realização de genotipagem pré-tratamento no país.

Segundo o coordenador-geral de assistência e tratamento do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Marcelo Freitas, a discussão das mudanças nos esquemas de primeira e de segunda linha de terapia antirretroviral mostra a preocupação quanto à revisão dos processos de tratamento. “Nós reconhecemos a necessidade de revisar os esquemas e estamos realizando uma ampla conversa, baseada nas evidências científicas e nas principais recomendações internacionais de tratamento. Nossa preocupação em relação aos debates leva em consideração que os novos antirretrovirais ainda possuem preços exorbitantes e incompatíveis com a sustentabilidade à resposta ao HIV/aids no Brasil”, afirmou.

Assessoria de Comunicação

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