‘Escolhi esperar’: por que só campanha de abstinência sexual não evita gravidez na adolescência

08 de julho, 2021

O raciocínio parece ter uma lógica irrefutável: o melhor método para evitar uma gestação é não fazer sexo.

(BBC News Brasil | 08/07/2021 | Por André Biernath)

Na prática, porém, essa questão é muito mais complicada, especialmente quando falamos de adolescentes.

Entre os especialistas, já é consenso que a prevenção da gravidez em meninas de 10 a 19 anos passa necessariamente por uma série de fatores, que envolvem a educação, a disponibilidade de métodos contraceptivos e a existência de perspectivas profissionais e sociais.

Mas as políticas públicas brasileiras nessa área parecem querer ir na contramão das evidências científicas. Prova disso é a recente discussão que aconteceu na cidade de São Paulo, em que o vereador Rinaldi Digilio (PSL) propôs a criação da “Semana Escolhi Esperar”.

A ideia é instituir datas para que o tema da prevenção da gravidez na adolescência seja discutido nas escolas da capital paulista.

O projeto ganhou aval da própria Prefeitura de São Paulo, comandada por Ricardo Nunes (MDB).

Embora não cite diretamente a abstinência sexual, a escolha do nome “Escolhi Esperar” para a iniciativa chamou atenção por ser o mesmo mote usado em campanhas de grupos religiosos cristãos, que entendem que a relação sexual só pode acontecer após o casamento.

O debate na Câmara Municipal paulista pode até ser o mais recente, mas não é o único: em outras cidades e Estados, vereadores, deputados, prefeitos e governadores também abraçaram a ideia e já lançaram emendas e projetos de lei similares, que tentam até promover a abstinência sexual como método contraceptivo para os jovens brasileiros.

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