As famílias do zika: fora das prioridades, a vida de sustos e dificuldades das crianças com microcefalia no Nordeste

26 de março, 2017

São 2h30 da madrugada e Vera Lúcia da Silva estava preparando seu bebê para uma viagem até Recife, a 2 horas e meia de distância. Embalando Sophia Valentina, ela caminhou pela cidade envolta em neblina, então embarcou em uma van do governo para a viagem trepidante, chegando pouco após o nascer do sol. Elas fazem a viagem árdua várias vezes por semana. É a única forma de obter o tratamento e terapia que Sophia precisa para os vários problemas causados pelo vírus da zika.

(Uol, 26/03/2017 – acesse a íntegra do especial no site de origem)

Agora com mais de um ano, Sophia é uma filha da epidemia de zika, uma dentre os mais de 2.500 bebês no Brasil nascidos de mães infectadas, com danos cerebrais tão profundos que as consequências apenas começa a ser conhecidas.

Leia mais: País esqueceu depressa das mulheres vítimas do vírus da zika (Folha de S.Paulo, 07/03/2017)

Em novembro, a Organização Mundial da Saúde suspendeu a emergência devido ao vírus transmitido por mosquito, mas a zika está longe de ter desaparecido. Milhares de novas infecções pelo vírus da zika continuam sendo relatadas por toda a América Latina e as autoridades da OMS disseram que a doença, assim como a malária e a febre amarela, é uma ameaça contínua na região.

Para as famílias dos bebês da zika, entretanto, os efeitos desastrosos estão apenas se aprofundando. Isso é especialmente verdadeiro nas cidades e vilarejos pobres do Nordeste do Brasil, onde a conexão entre o vírus misterioso e bebês nascidos com microcefalia foi inicialmente detectada e onde centenas de famílias têm dificuldade para dar a esses bebês a melhor vida possível.

Pam Belluck e Tania Franco
Do New York Times, em Escada (PE)

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