Três exames de zika vírus serão obrigatórios para planos de saúde

04 de julho, 2016

(O Povo, 04/07/2016) A partir de quarta-feira, três tipos diferentes de testes para detecção do zika vírus em gestantes e recém-nascidos passam a ser cobertos por planos.

A partir da próxima quarta-feira, 6, os planos de saúde terão que cobrir obrigatoriamente três exames de detecção do zika vírus. Os procedimentos deverão ser disponibilizados para gestantes, bebês filhos de mães com diagnóstico de infecção pelo vírus e recém-nascidos com malformação congênita sugestivas de infecção da doença.

A escolha destes grupos levou em conta o risco de bebês nascerem com microcefalia devido à infecção da grávida pelo vírus durante a gestação. A microcefalia é uma malformação irreversível que pode comprometer o desenvolvimento da criança em diversos aspectos.

Último boletim lançado pela Sesa confirmou, no Ceará, 124 casos de microcefalia e alterações no Sistema Nervoso Central em bebês

A norma da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabelece que os planos têm que oferecer o PCR, indicado para a detecção do vírus nos primeiros dias da doença; o teste sorológico IgM, que identifica anticorpos na corrente sanguínea; e o IgG, para verificar se a pessoa teve contato com o zika em algum momento.

Normalmente, a ANS revê a cada dois anos o rol de procedimentos obrigatórios a serem cobertos pelos planos de saúde. A última revisão começou a valer em janeiro deste ano. Porém, no caso do exame de diagnóstico do zika vírus, a incorporação dos testes laboratoriais ocorreu de forma extraordinária, segundo a agência reguladora, por se tratar de uma emergência em saúde pública decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os planos de saúde tiveram 30 dias para se adequarem à nova regra.

A zika é uma doença viral aguda, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e caracterizada por manchas no corpo, febre e dor de cabeça. O quadro, em geral, apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem no período de três ou sete dias.

Incidência no Ceará

A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) confirmou 124 casos de microcefalia e alterações do Sistema Nervoso Central (SNC) em bebês nascidos no Ceará. Dentre estes, 14 tiveram diagnóstico laboratorial confirmado para o zika vírus. Há confirmações de casos nas 22 Regionais de Saúde do Estado. As informações foram divulgadas no Boletim Epidemiológico Microcefalia e Alterações SNC, lançado pela pasta no fim de junho. Os número são referentes ao período de outubro de 2015 a junho de 2016.

O órgão contabilizou 37 óbitos, destes 14 estavam em investigação; 21 foram confirmados de infecção congênita, sendo dez mortes com identificação do vírus Zika em tecido fetal. Em relação à distribuição geográfica dos casos por residência da mãe, 107 municípios notificaram casos suspeitos, sendo que 49 confirmaram casos. (com as agências).

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