(O Globo, 26/04/2016) Brasil teve 91,3 mil casos de zika este ano, segundo boletim do Ministério da Saúde.
O número de casos prováveis de febre pelo vírus zika em 2016 soma 91.387, segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira, que cobre o período de 3 de janeiro a 2 de abril. Do total, houve confirmação para 31.616. Em relação às gestantes, foram notificados 7.584 casos prováveis, sendo 2.844 diagnosticados por critério clínico ou laboratorial. Em número de casos prováveis, o Rio de Janeiro tem o maior número no país, com 25.930 notificações. Em seguida, vem a Bahia, com 25.061 casos.
O estado do Rio de Janeiro responde por 28,3% do total de casos prováveis e está na quarta posição do ranking de incidência, com 156,7 registros por 100 mil habitantes. Nos primeiros lugares, vêm Mato Grosso (491,7), Tocantins (190,9) e Bahia (164,8).
Claudio Maierovitch, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, entretanto, afirma que as comparações podem não representar bem a realidade porque muitos estados ainda têm dificuldade de notificar corretamente e que os boletins vão se aperfeiçoando com o tempo.
– Provavelmente o Rio de Janeiro está notificando bem os casos e também está enfrentando uma epidemia de grandes proporções. É um estado populoso, inclusive há uma concentração maior de casos na região metropolitana, como na Baixada Fluminense, onde existe aglomeração de pessoas – afirmou.
A região Sudeste teve 35.505 casos prováveis da doença, seguida das regiões Nordeste (30.286); Centro-Oeste (17.504); Norte (6.295) e Sul (1.797). Considerando a proporção de casos por habitantes, a região Centro-Oeste fica à frente, com incidência de 113,4 casos/100 mil habitantes, seguida do Nordeste (53,5); Sudeste (41,4); Norte (36,0); Sul (6,1).
É a primeira vez que o Ministério da Saúde divulga dados de zika, que só entrou para o rol de doenças de notificação compulsória há cerca de dois meses, não havendo, portanto, comparações com períodos passados.
A transmissão autóctone (interna) do vírus zika no país foi confirmada a partir de abril de 2015. O boletim reafirma os três óbitos, que já haviam sido divulgados, de pessoas por zika não relacionada à microcefalia: um em São Luís (MA), um em Benevides (PA) e outro em Serrinha (RN). A mediana de idade dos óbitos, segundo o informe, foi de 20 anos.
Renata Mariz
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