Maioria das brasileiras de 25 a 45 anos desconhece opções de fertilização, aponta pesquisa

27 de novembro, 2024 Folha de S. Paulo Por Redação

86% das mulheres não sabem nada sobre oncopreservação, disponível no SUS

Uma pesquisa encomendada pela farmacêutica Merck e realizada pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica) revela que a maioria das mulheres brasileiras entre 25 e 45 anos desconhece as opções de preservação da fertilidade.

De acordo com o estudo, apenas 10% das entrevistadas afirmaram ter muito conhecimento sobre os três conjuntos de procedimentos: fertilização in vitro (FIV) e inseminação artificial, congelamento de óvulos, embrião e sêmen e a oncopreservação.

A pesquisa, que entrevistou 550 mulheres das classes A, B e C, abordou o conhecimento sobre infertilidade e preservação da fertilidade. Embora 88% das mulheres conheçam métodos contraceptivos, somente 58% possuem alguma noção sobre infertilidade, e 55% desconhecem procedimentos como o congelamento de óvulos e embriões. A margem de erro é de quatro pontos percentuais.

Além disso, 52% afirmam que não costumam buscar informações sobre esses tratamentos, e há uma diferença de comportamento entre as faixas etárias. Mulheres de 25 a 35 anos preferem buscar informações em fontes digitais e redes sociais, enquanto as de 36 a 45 anos ainda optam por meios tradicionais, como rádio, TV e jornais.

Os números mostram uma maior familiaridade sobre três tratamentos: 72% das entrevistadas conhecem a fertilização in vitro (FIV), 74% têm conhecimento sobre o congelamento de óvulos e 71% sabem o que é a inseminação artificial.

O estudo mostrou que muitas mulheres associam a infertilidade a fatores como endometriose, síndrome dos ovários policísticos, problemas hormonais, menopausa e idade.

Apesar da relevância dos tratamentos de fertilidade em casos de câncer, a falta de conscientização é um obstáculo, aponta o levantamento —86% das mulheres afirmam ter pouco ou nenhum conhecimento sobre essas alternativas, que são essenciais para pacientes oncológicas que desejam preservar sua fertilidade.

Isso sugere que muitas mulheres diagnosticadas com câncer não têm informações suficientes para tomar decisões informadas sobre preservação da fertilidade antes de iniciar os tratamentos.

O Hospital da Mulher em São Paulo, por exemplo, oferece, gratuitamente, o congelamento de óvulos para mulheres que farão tratamento de câncer ou têm condições que comprometem a reserva ovariana.

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