(Correio Braziliense) O aumento da incidência de Aids entre adolescentes, principalmente meninas, preocupa as autoridades do Ministério da Saúde. Dados divulgados durante a cerimônia de celebração do Dia Mundial de Luta Contra a Aids mostram que os casos notificados da doença aumentaram nos últimos anos e que as mulheres ocupam cada vez mais espaço entre os infectados.
A análise apresentada pelo ministério ressalta que não há mais grupos definidos com maior probabilidade de transmissão, mas sim situações de risco de contágio. A boa notícia é que o número de bebês que contraem a enfermidade durante a gestação foi reduzido.
A taxa de incidência da doença — número de casos a cada 100 mil habitantes — entre os homens diminuiu nos últimos dez anos na maioria dos grupos etários. O número cresceu apenas naqueles com mais de 50 anos e entre os que têm 5 e 19 anos. Mas, entre as mulheres, a incidência apenas diminuiu no grupo de 20 a 29 anos.
Segundo Mário Ângelo, coordenador do polo de preservação de DST/Aids do Hospital Universitário de Brasília, os adolescentes são mais vulneráveis, mas não por falta de informação. Para Ângelo, o exercício da sexualidade deve ser feito de forma saudável e com responsabilidade. “É preciso que família e escola incentivem mais discussões sobre sexualidade, tragam o problema para perto. O jovem pensa a Aids como um problema do outro”, afirma.
O especialista se preocupa também com o fato de que a evolução da medicina na fabricação de medicamentos que proporcionam melhores condições de vida aos portadores da doença causem uma falsa sensação de cura. “Porque os medicamentos trazerem bons resultados, pensam que não precisam mais temer a doença. Mas o tratamento é difícil, traz efeitos colaterais e uma mudança de rotinas e comportamentos para toda a vida”, alerta.
Acesse a matéria na íntegra: Mulheres em risco (Correio Braziliense – 02/12/2010)