(Folha de S.Paulo) A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo anunciou que vai aumentar o número de instituições aptas a oferecer o tratamento preventivo para pessoas que foram expostas ao HIV, por acidente profissional, violência sexual ou relação com parceiro soropositivo.
Segundo apurou o repórter Guilherme Genestreti, o objetivo da iniciativa é permitir que, até o final do ano, 400 hospitais e postos de saúde que já acompanham soropositivos estejam também preparados para atender pessoas ainda não infectadas e distribuir o coquetel antirretroviral.
Atualmente, 172 unidades coordenadas pelo Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids fazem o procedimento de prevenção, a chamada quimioprofilaxia, que consiste no oferecimento de uma dosagem de medicações anti-HIV logo após uma exposição de risco, como no caso de abuso sexual ou acidente envolvendo profissional da saúde e sangue de um portador do vírus.
Dados sobre exposições a risco em SP
15 relações
de risco entre casais sorodiscordantes são registradas por mês no Estado de São Paulo
4 vítimas
de estupro fazem tratamento preventivo anti-HIV por ano
22.872
suspeitas de contágio de profissionais de saúde foram registradas entre 2007 e 2009
O procedimento
Deve-se procurar um dos postos nas primeiras 72 horas após a exposição ao vírus. Lá será avaliada a necessidade de se receber, gratuitamente e por 28 dias, o coquetel com três remédios: o AZT, o 3TC e o Tenofovir, que impedem a entrada do vírus na célula e a sua multiplicação.
A sanitarista Maria Clara Gianna, coordenadora do programa estadual de DST/Aids, afirma que o procedimento não tem riscos. “O único risco é a pessoa não usar camisinha por achar que o tratamento pode substituir o sexo seguro.”
O infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto Emílio Ribas, reforça: “É uma prevenção em caso de acidentes, não um estímulo ao sexo desprotegido.”
A lista com as unidades de atendimento está no site www.crt.saude.sp.gov.br/content/githejeket.mmp.
Leia mais: São Paulo amplia rede de tratamento preventivo contra HIV (Folha de S.Paulo – 22/02/2011)