(G1, 09/10/2015) Juíza afirma que provas sobre quadrilha e ocultação são ‘robustas’. Jandira foi morta em agosto de 2014 após aborto.
A 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio determinou que oito membros da quadrilha responsável pela morte de Jandira Magdalena dos Santos Cruz, em agosto de 2014, sejam levados a júri popular. Dois deles respondem em liberdade. Na época, a investigação ficou com a 35ª DP (Campo Grande).
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A decisão da juíza Elizabeth Loureiro Alves afirma que as provas são “robustas ” a respeito da participação de Carlos Augusto Graça de Oliveira, Rosemere Aparecida Ferreira, Vanuza Vais Baldacine, Carlos Antônio de Oliveira Júnior, Mônica Gomes Teixeira e Marcelo Eduardo de Medeiros tanto em relação ao crime de aborto quanto ao homicídio.
“Além da narrativa trazida pelos policiais que ativamente participaram das investigações, outras testemunhas, pessoas diretamente ligadas à gestante e duas outras presentes na mesma clínica na data dos fatos, confirmam sua presença naquele dia e local”, afirma a juíza em sua decisão. Carlos Augusto, Vanusa, Rosemere e Marcelo ainda possuem provas sobre a ocultação e destruição de cadáver. Jorge dos Santos Pires e Luciano Luís Gouvêa Pacheco responderão em liberdade pela ocultação de cadáver.
As testemunhas e as provas, segundo a juíza, demonstraram que os réus funcionavam como uma organização criminosa.
“Fica, assim, suficientemente demonstrado que todos prestavam sua valorosa contribuição para o funcionamento da atividade e que, mais que isso, tinham pleno conhecimento das condições precárias do local onde era realizada, a induzir tivessem ciência de que a morte de alguma gestante seria um risco da atividade, risco este aparentemente por todos assumido”, determinou a juíza.
‘Queria ter feito mais’
Em entrevista ao G1 em agosto, um ano após a morte da filha, a mãe de Jandira lamentava não ter feito mais pela filha, principalmente no dia do crime:
“Devia ter feito mais para impedir que ela fosse. No entanto, muitas deixaram de morrer depois de verem o que aconteceu com ela. Ela lidou com bandidos, que não podem estar fora da cadeia”, afirmou Maria Angela dos Santos.
No dia 26 de agosto, Jandira saiu de casa para fazer um aborto e não voltou mais. Maria Ângela Magdalena contou que a filha estava com cerca de 12 semanas de gestação e que teria decidido abortar por “desespero”.
“A gente é muito unido. Eu sabia [que ela estava grávida] e queria muito. Doze ou treze semanas. Ela estava muito preocupada, no desespero mesmo. Tanto que ela confiou na primeira pessoa que apareceu”, disse a mãe logo após a sumiço da jovem. Jandira pagou R$ 4,5 mil para fazer o aborto.
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