(Ariquemes On line, 08/05/2016) A Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa) acompanha atualmente o desenvolvimento do feto de 20 mulheres grávidas que foram infectadas pelo vírus da zika no estado.
“O que muda é um acompanhamento mais de perto. Não que sejam feitos mais exames ou intervenção, mas se acompanha mais de perto o crescimento, as alterações nas ultrassonografias são olhadas com muita mais atenção”, detalhou Marion Burger que é médica infecto pediatra da Secretaria de Saúde do Paraná.
Desde agosto de 2015, o estado registrou 25 mulheres, em gestação, com zika. Em dois casos, houve aborto espontâneo e três crianças nasceram, a princípio, sem reflexo da doença.
“Por enquanto não tem nenhum feto microcefálico. O que acontece é que essas gestantes tiveram zika há menos de um mês. Ainda não se tem dados para saber se esses fetos estão ou não atingidos”, explicou Marion Burger.
A zika é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti e ainda cercada de mistérios. Um deles é a relação entre a doença e malformações fetais como a microcefalia – quando o bebê nasce com o diâmetro da cabeça igual ou inferior a 32 centímetros. (Tire algumas dúvidas no fim da reportagem).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que ainda não há comprovação definitiva da ligação entre o vírus da zika e a microcefalia e, por isso, cientistas seguem estudando em busca de uma confirmação.
A Secretaria Estadual de Saúde do Paraná afirma que registrou 33 casos suspeitos de microcefalia (independente da causa), sendo que 24 foram descartados e cinco seguem em investigação.
“Tem cinco casos em investigação para ver, se não houver outra causa, e, se houver nos exames complementares algum indício de zika, a gente confirma, mas por enquanto nós não temos nenhuma microcefalia ligada ao zika”, disse Marion Burger.
O último boletim de microcefalia divulgado na quarta-feira (4) pelo Ministério da Saúde apontou que, até o dia 30 abril, foram confirmados 1.271 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita, em todo o país. Dos casos confirmados, 203 tiveram confirmação laboratorial para o vírus da zika.
No Paraná, conforme o boletim, foram quatro casos de microcefalia. Marion Burguer esclareceu que em duas situaçãoes houve aborto espontâneo das grávidas diagnosticadas com zika na fase aguda da doença. Em ambos os casos, os abortos ocorreram no primeiro trimestre da gestação.
“A mãe estava com infecção aguda do vírus. No mês que ela identificou a infecção aguda ela teve perda do feto. Então, a gente considera isso uma complicação da infecção por zika”, disse a médica.
Tudo ocorreu no início da gestação e isso impediu um diagnóstico de possível microcefalia em virtude da zika.
Além disso, Marion Burger pondera que não haveria tempo para um desenvolvimento da malformação.
Os outros dois estão relacionados a bebês que nasceram com alterações neurológicas devido à toxoplasmose – doença causada por um protozoário que pode estar presente nas fezes de felinos e também em carnes malpassadas.
Em geral, a toxoplasmose gera uma febre branda. Existe tratamento para a doença e, se for diagnosticada rapidamente, o risco de acarretar problemas para o feto diminui consideravelmente, de acordo com especialistas.
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