Taxa de evasão escolar aumenta quando adolescentes engravidam, diz IBGE

17 de dezembro, 2014

(G1, 17/12/2014) Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (17) mostram que as jovens de 15 a 29 anos que têm filhos enfrentam mais dificuldade para manter seus estudos ou continuar no mercado de trabalho do que as mulheres desta idade que não têm filhos. Segundo os dados cruzados a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), 35% das brasileiras dessa idade têm pelo menos um filho. Divididas em quatro grupos, o das jovens que só estudam, das que trabalham e estudam, das que só trabalham e das que nem trabalham nem estudam, as que têm pelo menos um filho só são maioria no último caso.

Leia também: Cai o número de filhos por mulher e sobe o de casais sem filhos no Brasil (UOL Notícias, 17/12/2014)

Só 14,4% das mulheres de 15 a 29 anos que trabalham e estudam têm filhos. Decidar-se apenas aos estudos depois de ter um ou mais filhos parece uma tarefa ainda mais difícil, de acordo com a pesquisa. Entre as jovens dessa idade que só estudam, as que são mães respondem por apenas 7,1% do total de matrículas. Segundo o IBGE, 44% das jovens que trabalham e estudam também são mães.

Mas a mães adolescentes ou jovens representam 57,1% das mulheres de 15 a 29 anos que não têm nem um emprego nem estão estudando.

Considerando os dois gêneros, a proporção dos jovens de 15 a 29 anos que só estudavam foi de 22,7% em 2013. Já a porcentagem daqueles que trabalhavam e estudavam foi de 13%. Jovens que só trabalhavam respondiam por 44,% dos entrevistados, e, segundo o IBGE, praticamente um em cada cinco jovens nessa faixa etária não frequentava escola nem trabalhava. Entre os jovens nesta situação, 45,8% vivem no Nordeste ou no Norte.

Afazeres domésticos

Os homens de 15 a 29 anos continuam contribuindo menos para os afazeres domésticos do que as mulheres da mesma idade. Segundo o IBGE, 40,8% deles afirmaram que cuidavam de afazeres domésticos na semana de referência da Pnad. Entre as mulheres, essa porcentagem subiu para 82,4%.

Em média, as mulheres trabalham 20,2 horas por semana no cuidado da casa, mais que o dobro da quantidade média de 9,2 horas que os homens jovens dedicavam a esses afazeres toda semana.

Os homens que não trabalham nem estudam são também os que menos ajudam em casa. Segundo a Pnad 2013, só 39,3% deles cuidavam dos afazeres domésticos no ano passado. Os que mais ajudam são os homens jovens que só se dedicam aos estudos (42%).

Já entre as mulheres, entre as que têm trabalho e estudos na rotina diária, 74,6% também cuidavam dos afazeres de casa. Das que só estudam, 77,9% ajudavam em casa. As mulheres de 15 a 29 anos que só trabalham também cuidam da casa, assim como 89,2% das mulheres que afirmaram estarem fora do mercado de trabalho e da sala de aula.

Ana Carolina Moreno

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