(ONU/BR, 05/04/2016) Campanhas de conscientização e distribuição de métodos anticoncepcionais terão como público-alvo mulheres, jovens e afrodescendentes que vivem em contextos de maior vulnerabilidade social. No Brasil, a demanda por contracepção não é atendida plenamente, afetando 3,5 milhões de mulheres em idade fértil. Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) vai prestar apoio a mulheres que engravidaram sem ter desejado e a gestantes que forem infectadas pelo zika.
O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) informou nesta semana que vai promover campanhas de conscientização e de distribuição de métodos contraceptivos em diferentes comunidades de Pernambuco e da Bahia, dois dos estados mais afetados pela atual epidemia de zika. O público-alvo inclui mulheres, jovens e afrodescendentes que vivem em contextos de maior vulnerabilidade social.
O trabalho será desenvolvido em parceria com organizações e grupos da sociedade civil, a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e outras instituições do governo. A Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) em Salvador será a responsável por implementar o projeto, mas as ações no diversos territórios serão desenvolvidas por parceiros locais.
Os coletivos buscarão mobilizar as comunidades e ampliar o acesso à informação sobre o zika e seus efeitos sobre a saúde das mulheres. O foco das atividades será os direitos associados à reprodução e o planejamento voluntário da vida reprodutiva.
Estimativas indicam que a demanda não atendida por contracepção no Brasil seja de aproximadamente 6%, afetando cerca de 3,5 milhões de mulheres em idade fértil.
Segundo a última Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), realizada em 2006, 28,2% dos nascimentos nos cinco anos anteriores ao levantamento não haviam sido planejados e 17% eram indesejados. A maior parte da demanda não atendida ocorre entre mulheres negras, com baixo nível de escolaridade, e entre as residentes no Norte e Nordeste.
Maternidade em tempos de ZikaDaniela estava no terceiro mês de gravidez quando teve sintomas de #Zika. Naquela época, a #Microcefalia não era ainda associada ao vírus. Mesmo assim, ela sentiu que a doença poderia prejudicar sua gravidez. Depois de cinco meses, a ansiedade com a chegada do bebê só aumentou. Ela já tinha um filho de nove anos de idade e sonhava com uma menina. Daniela fez três exames pré-natais, mas apenas no último exame de ultrassom, realizado no oitavo mês de gravidez, é que a microcefalia foi notada. Durante esse período, o surto já era conhecido e Daniela percebeu que ela havia se tornado parte de uma estatística global para a qual não estava preparada.Conheça a estória de Daniela em http://bit.ly/DireitosSexuaiseReprodutivosCombatemZika#DireitosSexuais | #DireitosReprodutivos | #ZikaZero | #CombateZika
Publicado por UNFPA Brasil em Terça, 22 de março de 2016
As atividades do UNFPA em reposta à epidemia de zika incluirão orientações sobre direitos e serviços de saúde e distribuição de meio contraceptivos para aquelas que optarem por adiar a gravidez e evitar, assim, os riscos associados a malformações congênitas possivelmente associadas ao zika, como a microcefalia.
Também está previsto o oferecimento de apoio individual e coletivo para mulheres adultas e jovens e para casais e famílias em caso de gravidez não planejada. Grávidas que forem infectadas durante a gestação também receberão ajuda.
O UNFPA planeja ainda promover a corresponsabilidade masculina no uso do preservativo e dar apoio às mulheres durante todo o processo reprodutivo – gravidez, parto e pós-parto.
A agência da ONU também realizará ações de educação em saúde para jovens lideranças comunitárias, além de fornecer materiais e informações para o treinamento de profissionais de saúde, educação e assistência social, complementando os recursos já oferecidos pelo Ministério e secretarias da Saúde.
As iniciativas do UNFPA contam com recursos do governo do Japão e do Fundo Global para Emergências da própria agência da ONU. O projeto faz parte do Marco Estratégico de Resposta Global e Plano de Operações Conjuntas para o Zika, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e implementado por diversos organismos das Nações Unidas.
Antes mesmo de aprovar e dar início a esse novo projeto, o UNFPA já estava atuando de forma coordenada com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a ONU Mulheres, realizando ações de comunicação em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). O objetivo é aumentar o nível de informação e engajamento da população a respeito do zika.
Acesse no site de origem: UNFPA responde à epidemia de zika em Pernambuco e Bahia com atividades focadas em saúde reprodutiva (ONU/BR, 05/04/2016)