Uruguai registra tendência estável de abortos seis anos após legalização

27 de fevereiro, 2018

País, por outro lado, teve em 2017 ‘baixa histórica’ da mortalidade infantil

(O Globo, 27/02/2018 – acesse no site de origem)

O Uruguai registrou uma tendência estável após dois anos de vigência prática de legalização do aborto, com uma média de 815 casos por mês, informou nesta segunda-feira o ministro da Saúde, Jorge Basso.

O país aprovou no fim de 2012, após décadas de batalha política, a lei que permite às mulheres abortarem em centros clínicos do Estado e particulares se cumprirem com uma série de requisitos formais e antes das 12 semanas de gestação.

Leia mais: Uruguai registra 815 abortos por mês, dois anos após legalização (A Notícia, 26/02/2018)

A lei também permite o aborto em casos de riscos à saúde da mulher, de estupros ou de má-formação fetal, até 14 semanas de gestação.

Em coletiva de imprensa, Basso informou que dois anos depois da adoção da lei, “não houve mudanças significativas” na tendência com uma média de 815 casos de gestações interrompidas. O ministro destacou que as clínicas uruguaias realizam legalmente “uma média mensal que esteve entre 810 e 820”.

Por outro lado, o ministro afirmou que o Uruguai conseguiu em 2017 uma “baixa histórica” da mortalidade infantil com uma taxa de 6,6 óbitos no primeiro ano por 1.000 nascidos vivos, um recorde nacional, perante as 7,9 mortes por 1.000 do ano anterior.

O Uruguai autoriza a interrupção da gravidez nas primeiras 12 semanas de gestação e cumprindo uma série de trâmites e checagens profissionais. Para passar pelo procedimento legal, as mulheres uruguais têm de passar antes por uma consulta com um ginecologista, um psicólogo e um assistente social.

América Latina no debate

Na Argentina, diante da demanda crescente de organizações civis, que em 19 de fevereiro organizaram uma expressiva marcha no centro de Buenos Aires a favor da descriminalização do aborto, a Casa Rosada decidiu promover o debate no Parlamento. Os alarmantes números de abortos clandestinos e mortes são o principal argumento para levar a questão à pauta política.

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