(Agência Brasil, 22/06/2015) Estereótipos sobre o comportamento feminino são entraves à prática esportiva de meninas, avaliou a diretora do Departamento de Planejamento e Gestão Estratégica do Ministério do Esporte, Cássia Damiani. Ela chefiou a pesquisa Diagnóstico Nacional do Esporte, divulgada hoje (22) no Rio de Janeiro. Os dados mostram que as meninas ingressam no esporte mais tarde e que as mulheres praticam mais atividades físicas que esportes.
Segundo a pesquisa, 41,6% dos homens começam a praticar esporte entre os 6 e os 10 anos, enquanto, no sexo feminino, o percentual cai para 29,7%. Os meninos superam as meninas na faixa etária anterior, até 5 anos: 7,1% dos que praticam começaram nessa idade, quando, entre as meninas, a fatia é de 6%.
Dos 11 aos 14 anos, meninos e meninas têm percentuais parecidos, de 31,3% e 31,5%, e as faixas etárias seguintes têm percentuais maiores para as mulheres, o que, segundo Cassia, mostra que elas começam mais tarde no esporte.
A pesquisa mostra que 50,4% das mulheres são sedentárias, índice 9 pontos percentuais maior do que o dos homens (41,2%). Elas, no entanto, declararam praticar mais atividades físicas que esportes, enquanto os homens afirmaram o contrário. A diferença entre os homens e as mulheres esportistas é de mais de 20 pontos percentuais, com 35,9% contra 15,6%.
O esporte mais praticado pelos homens é o futebol, com 66,2%, e o preferido das mulheres é o voleibol, com 20,5%. Cassia Damiani disse que as mulheres experimentaram um crescimento grande na prática de futebol, chegando a 19,2%, principalmente se for considerado que, até 1979, a prática não era permitida por lei para elas, por ser considerada “incompatível com a natureza feminina”. “Isso prejudicou muito. É da prática que se forja a continuidade, o aprendizado e a maturidade.”
No alto rendimento, a prática esportiva é igual entre homens e mulheres: 0,7% de ambos os sexos declararam ter participado de competições nacionais ou internacionais de algum esporte. Nas outras categorias, considerando competições estaduais, municipais e torneios informais, as mulheres ficam atrás.
Vinícius Lisboa; Edição: Beto Coura
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