Os Estados Unidos se viram isolados na Assembleia Geral de 193 membros das Nações Unidas nesta segunda-feira em relação às preocupações de Washington sobre a promoção do aborto e um plano voluntário para lidar com a crise mundial de refugiados.
(Extra, 17/12/2018 – acesse no site de origem)
Somente a Hungria deu apoio aos EUA e votou contra uma resolução anual sobre o trabalho da agência de refugiados das Nações Unidas, enquanto 181 países votaram a favor e três se abstiveram. A resolução tem sido geralmente aprovada por consenso há mais de 60 anos.
No entanto, neste ano, a resolução incluiu a aprovação de um acordo sobre refugiados, que foi produzido por Filippo Grandi, chefe da área de refugiados, depois de isso ter sido requisitado pela Assembleia Geral de 2016. A resolução pede que países implementem o plano.
Os EUA foram o único país contrário ao rascunho da resolução no mês passado quando o documento foi discutido e acordado pelo comitê de direitos humanos. Os EUA afirmaram que elementos do texto vão de encontro aos seus interesses soberanos, citando a abordagem global para refugiados e imigrantes.
As resoluções da Assembleia Geral são facultativas, mas têm peso político. O presidente dos EUA, Donald Trump, no seu discurso anual na ONU em setembro, promoveu a proteção da soberania norte-americana.
Os EUA também fracassaram numa campanha, iniciada no mês passado durante negociações sobre vários esboços de resolução no comitê de direitos humanos, contra referências à “saúde sexual e reprodutiva” e a “serviços de saúde sexual e reprodutiva”.
O país disse que a linguagem tinha “conotações acumuladas que sugeriam promoção do aborto ou direito ao aborto, que são inaceitáveis para o governo”.
Nesta segunda, Washington, sem sucesso, tentou remover dois parágrafos de uma resolução sobre prevenção de violência e assédio sexual contra mulheres e meninas. Foi o único país a votar contra a linguagem. Ao todo 131 votaram pela manutenção, e 31 se abstiveram.
Michelle Nichols