29/06/2011 – Banda larga popular já nasce defasada, revela estudo do CGI

29 de junho, 2011

(O Estado de S. Paulo) “Levando-se em conta as velocidades de conexões contratadas hoje pelos brasileiros, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) já deve nascer velho”, diz a reportagem publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, com base em dados da pesquisa anual do Comitê Gestor da Internet (CGI.br), a TIC Domicílios.

Dados da pesquisa apontam que o brasileiro está deixando de contratar velocidades inferiores a 1 mbps, prevista pelo plano. Em 2008, velocidades de conexão de até 1 mbps representavam 66% dos domicílios. Em 2010, a menor velocidade teve sua participação reduzida para 40% (uma queda de 27%). O acessos com mais de 2 mbps tiveram alta de 114%, pegando 15% do total.

“Nós estamos começando atrasados”, diz Hartmut Glaser, secretário executivo do CGI.br. “A demanda era grande, por isso o Brasil optou por uma implementação mais modesta, mas mais abrangente”. Para Glaser, o plano dará o “arroz e feijão” primeiro e a Telebrás vai funcionar como um piso para a oferta do serviço. “São 90 milhões de usuários ‘sem a Telebrás’, a principal preocupação é incluir os excluídos. Classes A e B acham soluções no mercado. Classes C, D e E, com 1 ou 2 megabits já vão poder fazer muita coisa”, acredita.

Franklin Coelho, ex-coordenador do Piraí Digital, projeto que ligou todos os departamentos públicos da cidade do interior fluminense à internet, diz que os debates em torno de velocidades dessa medida é ficar “discutindo a nossa miséria”. “Não há dificuldade tecnológica. Enquanto a gente finge que tem banda larga, perde-se tempo na internet. Não se sobrevive assim numa perspectiva de inserção de sociedade de conhecimento.”

Problemas

No estudo da CGI.br, “acessar sites que demoram muito aparecer” foi a principal dificuldade (37%) apontada pelos quase 25 mil entrevistados quando perguntados sobre sua usabilidade da internet. O dado pode ser interpretado como um problema gerado por conexões pouco potentes. “É como tentar ver um vídeo no YouTube com uma internet de 256 kbps, vai ficar travando”, comenta o organizador do estudo, Alexandre Barbosa.

Veja a notícia completa: Banda larga popular já nasce defasada, revela estudo (O Estado de S. Paulo – 29/06/2011) 

Leia também:    
Em seis meses de governo, uma negociação com as teles levará a internet ao andar de baixo – Dilma fez um gol na banda larga, por Elio Gaspari (Folha de S.Paulo – 29/06/2011)

Investimento não segue expansão de clientela
O investimento das operadoras de telecomunicações não tem acompanhado o crescimento de sua base de clientes, o que tem levado a panes cada vez mais frequentes nos serviços de telefonia e internet. Essa situação já incomoda o governo. Investimento em telefonia não segue expansão de clientes e panes crescem (O Estado de S. Paulo – 26/06/2011)

Presidente teme reflexo no plano de banda larga
Governo receia que pacote popular seja mal visto pela população por causa da qualidade
A preocupação do governo com a qualidade dos serviços está presente também no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). “A presidenta quer que a gente veja a questão da qualidade. Além da velocidade mínima fixada, tem de ser entregue de fato aquilo que é dito. Estamos consultando o Inmetro, a Anatel, para ver como é que vai ser feito isso”, afirmou Bernardo, referindo-se às inúmeras queixas de consumidores de que a velocidade entregue é muito inferior à contratada. Presidente teme reflexo no plano de banda larga (O Estado de S. Paulo – 26/06/2011) 

Empresas e governo fecham acordo para PNBL
Concessionárias aceitaram oferecer um serviço de acesso rápido à internet por R$ 35 em todos os municípios
As empresas de telefonia fixa e o governo federal fecharam um acordo para o início efetivo do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). Depois de meses de disputa, as concessionárias finalmente aceitaram oferecer um serviço de acesso rápido à internet por R$ 35 em todos os municípios, como queria a presidente Dilma Rousseff. 
Onde não for economicamente viável para as teles ofertar banda larga fixa por R$ 35 o megabit por segundo, sem a obrigação de o consumidor adquirir junto uma linha de telefone, os consumidores poderão contar com uma banda larga móvel, pelo mesmo preço, segundo revelou ao Estado o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Empresas e governo fecham acordo para PNBL (O Estado de S. Paulo – 26/06/2011) 

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas