09/03/2012 – Mulheres vão às ruas pelos seus direitos

09 de março, 2012

De véu, de óculos escuros, de peitos de fora. Mulheres protestaram ontem ao redor do mundo como quiseram ou puderam, participando de manifestações em países de tolerância e igualdade de gênero variadas como Filipinas, Egito, China e EUA.

Entre as demonstrações públicas do Dia Internacional da Mulher, a Turquia servia ontem como microcosmo da luta feminina, ao reunir em seu território três acontecimentos relativos à data.

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Primeiro, o Parlamento aprovou um pacote de leis voltado à proteção de mulheres e crianças. A Turquia trava batalha contra práticas como o assassinato de mulheres acusadas de ter manchado a reputação alheia.

A afinidade do país com os valores ocidentais é discutida há anos pela União Europeia, bloco ao qual tenta aderir.

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Depois, enquanto celebrava a aprovação dessas leis, o país debatia o assassinato de Diyar Bengitay, 40, morta ontem em Istambul por um membro de sua família.

Ela havia deixado sua casa após discutir com o marido.

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Por fim, integrantes do grupo feminista ucraniano Femen tiraram as blusas e fizeram um protesto-topless, manifestando-se contra o abuso de mulheres na Turquia.

“Foi um dia incrível”, afirma Lydia Frempong, porta-voz do grupo International Women’s Day, criado em 2001 para incentivar a manifestação global a respeito do tema.

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Frempong cita protestos globais -vistos desde Londres, em que a organização está baseada, até o Cairo, onde centenas marcharam pedindo que metade da Assembleia Constituinte seja formada por mulheres.

“A situação da mulher depende muito do país. Em locais como Afeganistão e Índia, ela ainda não tem contato com a educação e é oprimida”, diz.

Acesse em pdf: Mulheres vão às ruas pelos seus direitos (Folha de S.Paulo – 09/03/2012)


(Bruno Bocchini, da Agência Brasil-SP) Uma passeata comemorativa ao Dia Internacional da Mulher reuniu cerca de 2 mil pessoas no região central de São Paulo. Organizada por centenas de entidades, entre partidos políticos, centrais sindicais e organizações não governamentais, a manifestação percorreu ruas próxima à Praça da Sé.

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“Estamos aqui para tornar visível que a gente vive ainda uma situação de extrema desigualdade, as mulheres ainda sofrem violência de seus maridos e de seus companheiros. Viemos exigir uma mudança real e concreta na vida das mulheres”, disse Camila Furchi, da Marcha Mundial das Mulheres.

“Falta ainda, por exemplo, a gente ganhar o mesmo salário, falta a gente superar essa ideia de que as mulheres são responsáveis, só elas, pelo trabalho doméstico. Falta a gente tornar realmente intolerável que uma mulher sofra uma violência de seu marido”, acrescentou Camila.

A pouca quantidade de mulheres no legislativo e no executivo também foi um tema criticado pelos participantes da manifestação, que pediram apoio para a eleição de mulheres nas próximas votações. “O que a gente tem que fazer é nas próximas eleições dar o acesso ao poder para as companheiras que vão ser candidatas. Somos a maioria no Censo, mas a minoria no poder”, destacou a cantora, deputada estadual em São Paulo e membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Leci Brandão.

De acordo com o Fórum Nacional de Mulheres Trabalhadoras das Centrais Sindicais, apenas 9,1% das prefeituras são ocupadas por mulheres. Nas câmaras municipais, esse percentual é 12,5%, na Câmara Federal, 8,8%, e no Senado, 14,8%.

Acesse em pdf: Passeata em São Paulo comemora Dia Internacional da Mulher (Agência Brasil – 08/03/2012)

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