(Tribuna da Bahia) Ginecologistas alertam que vacina contra o HPV em meninas a partir de nove anos e mulheres adultas até 55 anos ou mais pode evitar o câncer do colo do útero, o segundo tipo de câncer mais prevalente no Brasil e que a cada ano faz mais de quatro mil vítimas fatais.
A importância de determinadas vacinas na mulher adulta e outros relevantes temas estão sendo debatidos durante o 55º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia, que iniciou ontem e encerra sábado (16), no Centro de Convenções da Bahia, promovido pela Sociedade de Ginecologia da Bahia (Sogiba).
De acordo com a médica Nilma Antas Neves, presidente do Comitê de Vacinas da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) deve se ressaltar que para a mulher adulta existe vacinas, as quais deve tomar e deixar de lado o conceito de que vacina é só para criança e uma mulher não precisa. “O principal alerta é de que se não for tomada problemas graves podem ocorrer”, alertou.
A ginecologista nomeia as vacinas fundamentais para mulheres: a vacina mais indicada de HPV, doença sexualmente transmissível , pode ser aplicada “a partir dos 9 anos de idade e não tem limite superior, até mais de 55 anos”, argumentou a especialista, acrescentando que o principal foco desta vacina é de que as mulheres antes e depois de terem relação sexual podem se prevenir de doenças que podem adquirir no decorrer de relacionamentos.
A especialista explica que com a mudança do comportamento sexual tem ocorrido alta prevalência de infecção por HPV em mulheres na fase madura, por isso, a imunização é tão importante. Ela esclarece que a vacina é importante mesmo para as mulheres que já tiveram relação sexual, pois elas vão se proteger dos tipos para os quais ainda não foram infectadas e prevenir a reinfecção dos tipos que já estiveram expostas.
O vírus do papiloma humano (VPH ou HPV, do inglês human papiloma virus) infecta os queratinócitos da pele ou mucosas, e possui mais de 200 variações diferentes. A maioria dos subtipos está associada a lesões benignas, tais como verrugas, mas certos tipos são frequentemente encontrados em determinadas neoplasias como o cancro do colo do útero, do qual se estima que sejam responsáveis por mais de 90% de todos os casos verificados.
A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, sendo a doença sexualmente transmissível (DST) mais frequente. Estima-se que 25 a 50% da população feminina mundial esteja infectada e que 75% das mulheres contraiam a infecção durante algum período das suas vidas. No Brasil é o segundo câncer prevalente e que a cada ano faz mais de quatro mil vítimas fatais.
Outra vacina importante é a da Hepatite B, que é transmitida pela relação sexual e objetos contaminados como alicates de unha. “Esta doença pode levar ao câncer de fígado”, adverte a médica. A especialista acrescenta duas vacinas fundamentais para a gestante: contra gripe e coqueluche. Esta última, caso não o faça “a mulher pode levar à morte o recém-nascido “.
Ela destaca que a vacinação é importante em todas as fases da vida, mas antes da gestação ela tem valor especial, já que algumas doenças podem ser transmitidas da mãe para o feto ou recém-nascido, como é o caso da coqueluche, que tem apresentado um aumento acentuado no número de mortes em recém-nascidos em todo o mundo. Neste caso, a vacina tríplice bacteriana previne que a mãe contraia a coqueluche e a transmita ao bebê. Também há outras vacinas importantes para a mulher como a contra a meningite Meningocócica e Hepatite A.
Acesse o PDF: Médicos alertam mulheres para vacinas que podem evitar o câncer de útero (Tribuna da Bahia, 14/11/2013)