Imprensa repercute e avalia efeito da decisão de Obama de apoiar casamento homossexual

16 de maio, 2012

‘Mais do que assumir uma posição como presidente, Barack Obama lançou o tema do casamento gay na campanha eleitoral ao dizer, numa entrevista à rede ABC na noite de quarta-feira, que apoiava a união entre pessoas do mesmo sexo. Sua equipe foi rápida, e na manhã desta quinta-feira já lançava na internet um vídeo em que cobrava do principal adversário do democrata, o ex-governador republicano Mitt Romney, que volte atrás em suas posições e faça o mesmo.’ – Vídeo de Obama cobra mudança de Romney sobre casamento gay (O Globo – 11/05/2012)

‘Um líder político precisa ter coragem para fazer essa afirmação, a poucos meses das eleições presidenciais, com um tom pessoal que inclui a hesitação, o respeito por convicções arraigadas. Muita gente parece não se dar conta do fato de que, se a representação de interesses poderosos domina a política americana, os princípios ainda valem, em questões cruciais.” – Obama e o casamento gay, por Boris Fausto (O Estado de S. Paulo – 16/05/2012)

Declaração de Obama sobre casamento homoafetivo reforça debate dos direitos dos homossexuais no Brasil, afirma senadora (Agência Brasil – 15/05/2012)

‘E, numa semana em que a Carolina do Norte aprovou uma emenda constitucional para impedir que o casamento gay seja legalizado entre suas fronteiras, tenho um recado para quem acha que os homossexuais americanos são elitistas brancos e antidemocráticos, refestelados em privilégio na Califórnia e em Nova York. Somente 34% dos eleitores compareceram às urnas para votar a odiosa emenda. A mobilização conservadora é muito mais intensa, o que, de acordo com o respeitado Pew Research Center, fez com que a maioria dos Estados americanos que lançaram plebiscitos locais tenha banido o casamento gay. Ou seja, quem não se opõe ao casamento gay tende a ficar em casa, revelam os números do Pew.’ – Gays, raça, classe e religião, por Lúcia Guimarães (O Estado de S. Paulo -14/05/2012)

‘Cerca de duas horas após declarar seu apoio ao casamento gay na última quarta-feira, o presidente Obama realizou uma conferência telefônica com oito líderes religiosos negros para se explicar. Ele contou que tinha lutado contra a decisão, mas acreditava que era a coisa certa a ser feita. Os pastores, entretanto, não estavam tão entusiasmados. Alguns deixaram claro que a posição do presidente sobre o assunto iria dificultar seu apoio para a reeleição.’ – Obama ligou para líderes religiosos após apoiar casamento gay (Globo.com – 14/05/2012)

‘Em menos de uma geração o casamento gay avançou para tema prioritário, o tipo de conquista que outros movimentos sociais levaram décadas ou mais para conseguir.’ – Pressa em casar, por Peter Baker, do The New York Times (O Estado de S. Paulo – 13/05/2012)

‘Obama sai a favor do casamento gay para retomar a empolgação de parte do seu eleitorado. Não somente os gays, mas de jovens que querem mais sintonia com o século 21.’ – ‘Forward’, por Marta Suplicy (Folha de S.Paulo – 12/05/2012)

‘Se não há amador em política presidencial americana, não foi por gafe que o vice-presidente Joe Biden revelou ser favorável ao casamento gay no programa “Meet the Press”, da NBC, domingo. Uma questão que levanta tensões assim não se encara com displicência. Foi balão de ensaio. Biden falou e, imediatamente, os partidos foram fazer sondagens nacionais. Seja lá o que revelaram, Obama decidiu que os ganhos de se mover eram maiores do que a perda’ – Um ousado cálculo eleitoral, por Pedro Doria (O Globo – 11/05/2012)


Posição de Obama em favor dos gays atrai poucos votos (O Estado de S. Paulo – 12/05/2012)

Obama evita radicalizar posição sobre gays (O Estado de S. Paulo – 11/05/2012)
Romney desculpa-se por ataques a colega homossexual em 1965 (O Estado de S. Paulo – 11/05/2012)
Entrada da Casa Branca no debate tem peso simbólico (O Estado de S. Paulo – 11/05/2012)

‘Um dia após o presidente Barack Obama se tornar o primeiro ocupante do cargo a declarar apoio ao casamento gay e sob a forte repercussão causada, a Câmara dos EUA votou no sentido oposto. Por 245 a 171 votos (o que indica apoio democrata), aprovou uma medida que impede o Departamento de Justiça de usar verba pública para fazer oposição à chamada “lei de defesa do casamento”. – Fala pró-gays de Obama gera resistências (Folha de S.Paulo – 11/05/2012)

‘Ninguém aguenta mais Dilma balançando feito joão-bobo sobre aborto e os direitos dos gays.’ – Alô, Dilma! Obama saiu do armário, por Barbara Gancia (Folha de S.Paulo – 11/05/2012)

Romney é contra casamento de homossexuais
: A afirmação do provável candidato republicano nas eleições presidenciais americanas, Mitt Romney, foi feita após declarações de Barak Obama a favor da união entre pessoas do mesmo sexo. Assista ao vídeo no portal Estadão.com (AFP – 10.05.2012)

(Globo.com, com The New York Times e agências internacionais) Declaração vem depois que diversos membros do governo também apoiaram a medida

O presidente Barack Obama declarou pela primeira vez nesta quarta-feira que é a favor do casamento gay. A afirmação vem na sequência de uma série de posicionamentos públicos de membros de seu governo em apoio à extensão do direito aos casais homossexuais e logo depois de a Carolina do Norte se tornar o 30º estado americano a mudar a constituição para proibir essa união

— Em um determinado momento eu concluí que para mim, pessoalmente, é importante ir em frente e afirmar publicamente que eu acho que casais do mesmo sexo deveriam poder se casar — disse Obama em uma entrevista na Casa Branca à rede de TV ABC.

Obama não deixava claro se era oficialmente contra, mas há dois anos afirmou que sua posição estava “evoluindo” em razão dos contatos com amigos e outras pessoas que são gays. Agora, torna-se o primeiro presidente americano a apoiar a extensão do direito do matrimônio aos casais gays.

O democrata sofreu pressão, durante longo tempo, de ativistas dos direitos dos homossexuais que são seus simpatizantes, mas que se mostravam frustrados com a negação de Obama em se posicionar sobre o tema.

A declaração, que carrega um risco político potencial especialmente em um ano eleitoral, veio depois que o seu vice-presidente, Joe Biden, afirmou no domingo se sentir “absolutamente confortável” com a ideia de que gays pudessem se casar uns com os outros. Na segunda-feira, o secretário de Educação, Arne Duncan, respondeu afirmativamente quando perguntava se também era favorável.

— Eu havia hesitado sobre o casamento gay em parte porque eu achava que as uniões civis eram suficientes. Eu era sensível ao fato de que, para muitas pessoas, a palavra “casamento” é algo que invoca tradições e crenças religiosas muito fortes — afirmou Obama na entrevista.

O republicano Mitt Romney, ex-governador de Massachusetts que concorrerá à Casa Branca nas eleições de novembro, evita a polêmica, mas foi jogado no meio dela na semana passada. Um porta-voz de sua equipoe de campanha deixou o cargo depois de pesadas críticas por ter se declarado gay. Romney veio a público o defender e dizer estar disposto a readmiti-lo, mas o estrago já estava feito.

Em sua carreira, Romney já mudou de posição sobre o tema. Inicialmente reconhecia a plena igualdade de direitos para os homossexuais, mas depois começou a se opor ao matrimônio. Ao declarar apoio ao ex-governador, o ex-senador pela Pensilvânia Rick Santorum comprometeu ainda mais o candidato à oposição, dizendo que ambos partilhavam a crença de que o casamento é algo que acontece entre um homem e uma mulher.

Metade dos americanos apoia

Nesta terça-feira, o Instituto Gallup mostrou que uma ligeira queda na aprovação dos americanos ao casamento homossexual para exatos 50%. Outro indicador que aponta o desafio que o tema impõe a Obama é que entre os democratas, a aprovação chega aos 65%, mas outros 34% são contrários. Ao mesmo tempo 40% dos eleitores independentes — que não se declaram nem republicanos nem democratas — se dizem contrários.

Por fim, os protestantes — religião com mais adeptos nos Estados Unidos — são majoritariamente contra: 59% nesse grupo acreditam que a união entre pessoas do mesmo sexo não deveria ser legalizada

O Gallup analisa a opinião dos americanos sobre o tema desde 1996 e o histórico aponta que os americanos se tornaram paulatinamente mais favoráveis ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Na primeira pesquisa, 27% dos entrevistados tinham essa posição, ante 68% contrários.

A correlação só foi se inverter, entretanto, em 2011, quando 53% dos americanos se declararam favoráveis 45%, contrários. Os resultados de 2012 — 50% a 48%, respectivamente — colocam fim a uma tendência ascendente ininterrupta desde 2009.

O levantamento de 2012 foi realizado por telefone, entre os dias 3 e 6 de maio, com uma amostragem de 1.024 pessoas de 18 anos ou mais, nos 50 estados americanos e no Distrito de Columbia.

Acesse em pdf: Obama se torna o 1º presidente dos EUA a apoiar o casamento gay (Globo.com – 09/05/2012)
‘Gays são vistos como importantes doadores à campanha de Obama, que concorre à reeleição à Presidência neste ano’ – Obama declara apoio ao casamento gay (Folha de S.Paulo – 10/05/2012)


Veja também: 
Carolina do Norte aprova emenda que bane casamento gay (Folha de S.Paulo – 09/05/2012) 
Eleitores da Carolina do Norte aprovaram emenda à Constituição estadual que define casamento como união entre homem e mulher, vetando a união homossexual -é o 30º Estado dos EUA a fazê-lo. Seis Estados e o Distrito de Colúmbia permitem o casamento gay.

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