Trabalho: paridade entre gêneros deve crescer lentamente

29 de janeiro, 2025 Terra Por Redação

Sem previsão de igualdade nos cargos nos próximos 30 anos, mulheres ainda enfrentam dificuldades na busca por reconhecimento profissional

De acordo com dados colhidos e divulgados pelo Grant Thornton, apenas 33,5% dos cargos de alta gerência são ocupados por mulheres atualmente. Em 2004, esse número era ainda menor (19,4%). Nesse ritmo de crescimento, a expectativa é de que a paridade entre homens e mulheres no mercado intermediário em cargos de alta gerência seja alcançada apenas em 2053.

Outra pesquisa, realizada pela Korn Ferry, mostrou que apenas um em cada cinco alto executivos é do sexo feminino. Em entrevista com mais de 20 pessoas, a consultoria constatou que 35% afirmam que as empresas precisam encorajar mais as mulheres para cargos comerciais ligados ao lucro das organizações.

Para a empresária Cristina Boner, os dados refletem um avanço preocupantemente lento e evidenciam que, embora os debates sobre equidade de gênero tenham ganhado força, os resultados práticos ainda estão aquém do esperado. “É um chamado à ação para governos, empresas e a sociedade em geral para acelerar as mudanças e enfrentar as barreiras estruturais que impedem a equidade de gênero na liderança”, afirma.

Segundo a profissional, alguns dos motivos pelos quais é possível observar uma lentidão no avanço da ocupação das mulheres em cargos de liderança são:

  • Perpetuação de estereótipos de gênero que associam liderança a características historicamente atribuídas aos homens;
  • Ausência de medidas concretas, como cotas, políticas de equidade salarial e programas de mentoria para mulheres;
  • Sobrecarga de trabalho doméstico e cuidados familiares, que ainda recaem desproporcionalmente sobre as mulheres;
  • Rede de poder fechada, uma vez que muitas lideranças masculinas ainda operam em ambientes onde a inclusão de mulheres não é incentivada.

A entrevista feita pela Korn Ferry reforça, ainda, que 70% das pessoas acreditam que programas de incentivo e capacitação das mulheres no início das carreiras podem fazer com que elas atinjam seu potencial e cresçam mais rapidamente.

Para Cristina, a equidade de gênero na liderança não é apenas uma questão moral, mas também estratégica. “Empresas com maior diversidade em suas lideranças têm melhor desempenho financeiro, são mais inovadoras e apresentam maior retenção de talentos”, afirma.

Acesse a matéria no site de origem.

Nossas Pesquisas de Opinião

Nossas Pesquisas de opinião

Ver todas
Veja mais pesquisas