Mulher negra ganha quase R$ 1.500 a menos por mês do que homem branco no Brasil

06 de março, 2017

Em 2015, o rendimento médio mensal do brasileiro no trabalho principal da população ocupada de 16 anos ou mais de idade é de cerca de R$ 1.700, de acordo com o estudo “Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça” com base em séries históricas de 1995 a 2015 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE.

(R7.com, 06/03/2017 – acesse no site de origem)

O homem branco tem o maior rendimento médio, de R$ 2.509 por mês. Na sequência aparecem as mulheres brancas com rendimento mensal médio entre R$ 1.500 e R$ 2.000, quase junto à média nacional; o homem negro com rendimento pouco abaixo de R$ 1.500 e a mulher negra com renda mensal de R$ 1.027. A desigualdade salarial reduziu ao longo de 20 anos. Em 1995, o homem branco ganhava R$ 2.262, enquanto a mulher negra tinha renda mensal de R$ 570.

Ainda de acordo com o estudo, divulgado na manhã desta segunda-feira (6), o rendimento de homens e mulheres brancas está acima da média nacional em 2015 — o do homem branco sempre esteve acima. Desde 1995, o rendimento da mulher branca estava abaixo da média nacional e em 2010 igualou e em 2013 ultrapassou. Já o rendimento de homens e mulheres negras está abaixo da média nacional desde 1995, apesar de ter melhorado ao longo dos anos.

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O estudo mostra que proporcionalmente o rendimento das mulheres negras é o que mais se valorizou entre 1995 e 2015 (80%), e o dos homens brancos é o que menos cresceu (11%). No entanto, a escala de remuneração manteve-se inalterada em toda a série histórica: homens brancos têm os melhores rendimentos, seguidos de mulheres brancas, homens negros e mulheres negras. A diferença da taxa de desocupação entre gêneros também merece registro, de acordo com o Ipea: em 2015, a feminina era de 11,6%, enquanto a dos homens atingiu 7,8%. No caso das mulheres negras, ela chegou a 13,3% (e 8,5% para homens negros).

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