(Folha de S. Paulo, 25/07/2014) O movimento radical Estado Islâmico (EI) ordenou que garotas e mulheres da cidade de Mossul, norte do Iraque, e arredores sejam submetidas a mutilação genital. A informação foi confirmada pela ONU nesta quinta-feira (24).
O líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, emitiu um comunicado de Aleppo, na Síria, no último dia 11, no qual ordena a mutilação genital de todas as mulheres que estão sob sua liderança e tenham idades entre 11 e 46 anos.
O processo deverá ser realizado como o que “se fazia na cidade sagrada saudita de Medina”, continua. Não está claro qual método seria empregado, mas a mutilação visa impedir que a mulher sinta prazer no ato sexual.
O EI capturou diversas cidades do Iraque recentemente e, no mês passado, proclamou a fundação de seu califado (Estado islâmico) –que, no futuro, pretende o grupo, se estenderá por um território que hoje inclui não só o Iraque, mas também a Síria.
Localizada a cerca de 400 km ao norte da capital Bagdá, Mossul é a segunda maior cidade do Iraque, e é a principal atualmente sob controle dos extremistas.
O EI diz que o intuito da mutilação genital em massa é “cuidar” da sociedade muçulmana, evitando “a expansão da libertinagem e da imoralidade” entre as mulheres iraquianas.
De acordo com a coordenadora da ONU no Iraque Jacqueline Badcock, cerca de 4 milhões correm risco de serem atingidas pela medida.
“Isso é novo para o Iraque, em especial nesta área, e é uma grave preocupação, que precisa ser tratada”, disse Badcock. “Essa não é a vontade do povo iraquiano ou das mulheres do Iraque.”
Acesse o PDF: Extremistas no Iraque ordenam mutilação genital de mulheres (Folha de S. Paulo, 25/07/2014)