Modelo hétero regula ambiente educacional

14 de setembro, 2014

(Zero Hora, 14/09/2014) Coordenadora de Políticas LGBT (lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) da Secretaria Estadual da Justiça e dos Direitos Humanos, Marina Reidel afirma que há um contexto já consagrado de exclusão desse público no ambiente escolar. Segundo ela, 90% das pessoas trans não têm Ensino Fundamental completo. E a culpa é da intolerância.

– A heteronormatividade (quando a heterossexualidade é considerada o padrão normal, enquanto qualquer outra opção sexual é marginalizada) é o que regula o sistema de educação tradicional. Os professores têm dificuldade em lidar com pessoas diferentes, em colocá-las no mesmo patamar das outras e em tratá-las como tratariam qualquer aluno. O que está faltando é diálogo – diz ela, que é mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Conforme Marina, a CNS é uma tentativa de suprir essa demanda constante pela visibilidade. Uma das ações da secretaria é trabalhar a sensibilização: reivindicar que todas as escolas reconheçam o nome social de travestis e transexuais, que os postos de saúde aprendam que o RG é dispensável, que policiais saibam, no momento da abordagem e que viver um gênero diferente do biológico não é anormal.

MUDANÇAS EM CURSO

– O texto que regulamenta a política de uso do nome social na UFRGS está pronto para ser votado pelo Conselho Universitário.

-Está em análise pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias o projeto de lei João W Nery (homenagem ao primeiro homem trans a ser operado no Brasil), que permite que a pessoa mude seu nome de acordo com o gênero com o qual ela se identifica. Se aprovada, a lei também vai permitir que maiores de 18 anos façam cirurgia de mudança de sexo sem que seja obrigatória análise psicológica ou autorização judicial.

– O Supremo Tribunal Federal está por decidir se é possível um transexual alterar o gênero em sua documentação sem ter sido submetido à cirurgia de mudança de sexo.

Acesse o PDF: Modelo hétero regula ambiente educacional (Zero Hora, 14/09/2014)

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