01/06/2012 – Falta infraestrutura em Alagoas para atendimento de mulheres agredidas, constata CPMI

01 de junho, 2012

(Jornal do Senado) Parlamentares constataram em diligências e debate em Maceió total falta de infraestrutura para atendimento de mulheres agredidas no segundo estado com maior incidência do crime no país

CPI que apura o cumprimento da Lei Maria da Penha promove audiência pública em Maceió: faltam estrutura e pessoal

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga a violência contra as mulheres constatou, em diligências e audiência pública quinta e sexta-feira passadas, a total falta de estrutura física, material e de pessoal para um atendimento adequado às mulheres em situação de violência em Alagoas.

O estado é o segundo em assassinatos de mulheres, atrás apenas do Espírito Santo. O índice de homicídios é de 8,3 para 100 mil mulheres, quase o dobro da média nacional, de 4,4, de acordo com o Mapa da Violência 2012, do Ministério da Justiça.

Dados do movimento de mulheres alagoano apontam para mais de 637 casos de violência contra mulheres só neste ano.

— O que vimos aqui é o sucateamento de equipamentos públicos e da inexpressiva rede de atendimento às mulheres — afirmou a relatora da CPI mista, senadora Ana Rita (PT-ES).

Apesar disso, Alagoas conta apenas com três delegacias especializadas, um juizado da violência doméstica e familiar, um centro de referência, uma casa-abrigo e um hospital.

Em diligências, a CPI encontrou fechada a delegacia especializada do centro de Maceió em plena tarde de quinta-feira, quando a irmã de uma vítima de violência implorava por atendimento. Tudo o que conseguiu foi ser encaminhada para uma delegacia comum, o que contraria a Lei Maria da Penha.

O juiz titular do Juizado da Violência Doméstica e ­Familiar, Paulo Zacarias da Silva, disse que a estrutura é mínima.

Na Câmara Municipal de Maceió, a CPI se reuniu com o movimento de mulheres e ouviu familiares de vítimas que relataram que, na maioria dos casos, os culpados não são punidos. Claudiane Pimentel, por exemplo, teve a irmã assassinada em 2011 pelo marido, que está preso mas ainda não foi julgado.

— A demora no julgamento e a falta de estrutura aumenta o sentimento de impunidade e leva muitas mulheres a não denunciar — disse Ana Rita.

Ela relatou que, em reunião com o governador Teotonio Vilela Filho, obteve o compromisso de que a Delegacia da Mulher não vai mais dividir plantões e que funcionará durante todos os dias da semana.

Acesse em pdf: Falta infraestrutura em Alagoas para atendimento de mulheres agredidas, constata diligência (Jornal do Senado – 01/06/2012)

Veja também: 

“Durante inspeção em Alagoas, o segundo Estado que mais mata mulheres no Brasil, integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência contra a Mulher, do Congresso Nacional, constataram que as duas únicas delegacias da mulher de Maceió estavam fechadas e que o Juizado da Mulher não tem um integrante do Ministério Público para atender a casos de violência. A CPI também averiguou que, no Instituto Médico Legal Estácio de Lima, no bairro do Prado, mulheres e crianças são obrigadas a se expor em público ou em meio a equipamentos enferrujados ou ultrapassados se quiserem fazer exames para constatar crimes sexuais.” – AL: no 2º Estado que mais mata mulheres, delegacias não funcionam (Terra – 01/06/2012)

Secretário garantiu que Delegacias da Mulher passarão a funcionar 24 horas – Governador se reúne com membros de CPMI da Violência Contra a Mulher (Alagoas 24 Horas – 01/06/2012)

Relatório de violência contra a mulher é entregue na Câmara Municipal (Alagoas em Tempo Real – 01/06/2012)

SPM tem representantes na CPMI da Violência contra a Mulher no Brasil (SPM – 30/05/2012)

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