(Folha de S.Paulo) A assessoria do ministro da Previdência, Garibaldi Filho, informou nesta terça-feira (12) que o titular da pasta pediu um parecer à Procuradoria que atua no INSS sobre o caso do professor Claudemir Nogueira, que recebe pensão pela morte da mulher, conforme revelou hoje a Folha. Ele mesmo confessou ter matado a mulher.
Segundo o ministério, o benefício pode ser cancelado administrativamente, dependendo do entendimento dos procuradores.
O professor confessou em 2010 que enforcou a mulher Mônica El Khouri com um fio, dentro de casa, em bairro de classe média na zona sul de São Paulo, um ano antes. Mesmo com a confissão, Nogueira, 48, recebe mensalmente pensão do INSS pela morte da mulher, que ele assassinou. Só em 2010, foram R$ 19 mil, segundo documentos obtidos pela Folha.
Nogueira também continua recebendo os vencimentos por ser professor da rede estadual, no valor de R$ 2.509 ao mês. Atualmente, ele trabalha em atividades burocráticas da pasta, após ter sido afastado das salas de aula.
Segundo a Promotoria, Nogueira matou a mulher porque havia sacado todo o dinheiro dela. Já o professor disse à Justiça que ele perdeu o controle após discussão.
Até o momento, Nogueira não ficou nenhum dia preso, pois não possui antecedentes e não oferece mais risco às investigações, avalia a Justiça.
Ele ainda não foi julgado porque a defesa entrou com pedido para tentar tirar o caso do Tribunal do Júri. Uma das lutas da família da vítima hoje é cancelar a pensão dada a Nogueira e transferi-la para a mãe de Mônica.
O Ministério da Previdência Social, responsável pelo INSS, e o próprio instituto foram avisados pelos familiares da fisioterapeuta ao menos quatro vezes sobre a situação.
O primeiro protocolo foi feito há mais de dois anos –sem resposta até hoje.
À reportagem, o INSS não explicou o porquê de a pensão estar mantida. O Estado disse que o docente responde processo disciplinar, “com amplo direito de defesa”.
A defesa de Nogueira não quis se manifestar à reportagem sobre a situação dele.
Acesse em pdf: Ministério da Previdência reavalia pensão de professor que matou a mulher (Folha de S.Paulo – 12/03/2013)