(G1) Os alunos do curso de letras da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em Tangará da Serra, a 242 quilômetros de Cuiabá, substituíram o trote aos calouros por uma campanha de combate à violência contra a mulher. Na instituição é proibido o trote, mas desta vez os veteranos tiveram todas as autorizações possíveis dentro da unidade porque, ao invés de ovos e agressões, eles fizeram cartazes com mensagens de paz nos corredores e conquistaram a adesão de alunos e professores de outros cursos.
“Homem de verdade não bate, dá carinho” e “Não bata, dê amor” são algumas das frases nos cartazes que os estudantes carregavam. A intenção do grupo é a visão negativa do trote. “É um trote para inserir os novos acadêmicos e também contra a violência à mulher. Nossos professores aprovaram a ideia”, disse a estudante do curso de letras Wislayne Ferreira.
O professor Neodir Paulo Travessini comentou que a universidade cada vez mais tem que trabalhar com esse tipo de ação. “A universidade tem que trabalhar com isso para criar no acadêmico esse despertar para a sensibilidade para as questões sociais de maior abrangência”, frisou.
A estudante Alessandra Sobral, do curso de administração, também participou da atividade. “Foi inovador e bonito. Todo mundo saiu para ver e acho que foi uma iniciativa muito interessante dos acadêmicos”, disse.
A coordenadora do curso de letras, Marinês Rosa, lembra da importância de discutir sobre o assunto porque os números da violência contra a mulher têm mostrado a gravidade do problema. “Os fatos em Tangará da Serra têm chocado a todos. E essa moçada que está chegando agora na universidade, com todo gás e expectativa de relações humanas diferenciadas, eles têm se mostrado sensibilizados com o tema”.
O veterano Maciel da Paixão, do curso de letras, foi um dos responsáveis pelo trote diferente. “A gente viu a possibilidade de utilizar os calouros como uma forma de protesto para acabar com a violência contra as mulheres”, concluiu o estudante.
Acesse em pdf: Trote solidário na Unemat tem alerta de combate à violência contra mulher (G1 – 25/03/2013)