O IBGE fez um check-up do aluno brasileiro. Pela primeira vez, quantificou quantos deles já sofreram estupro.
(G1, 26/08/2016 – acesse a íntegra no site de origem)
A terceira edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense) divulgada nesta sexta-feira (26) abrangeu mais de 2 milhões de alunos para saber mais sobre sua alimentação, prática de atividade física, iniciação sexual, consumo de álcool e drogas. Pela primeira vez, quantificou quantos deles já sofreram estupro. O G1 levantou os principais pontos da pesquisa.
Perfil
Como vai a saúde dos nossos alunos? Para chegar a essa resposta, a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) abrangeu 2.630.835 alunos matriculados no 9º ano do ensino fundamental da rede pública e privada.
Do total da amostra, 48,7% são meninos e 51,3% meninas. Esta é a terceira edição da Pense, que já foi feita nos anos de 2009 e 2012.
Estupro
Foi a primeira vez que os alunos responderam se já foram vítimas de estupro. Do total de alunos do 9º ano, 4% responderam que já foram forçados a ter relação sexual.
O percentual para meninos foi de 3,7% e para meninas de 4,3%. Destes, 4,4% estão nas escolas públicas e 2% nas particulares. Quando perguntado sobre quem praticou o estupro, o maior percentual é de namorado (a) e ex-namorado (a) com 26,6%; amigo (a) 21,8%; pai/mãe/padrasto/madrasta (11,9%); e outros familiares (19,7%).
Para a psicóloga Ana Carolina Svirski, coordenadora da equipe de saúde da criança do Centro de Saúde Murialdo, de Porto Alegre, os números relatados pelos jovens na pesquisa poderiam até ser maiores, já que a experiência no atendimento de vítimas aponta que as vítimas têm dificuldade em falar sobre o tema. Segundo ela, os casos de abuso nessa faixa etária são até mais difíceis de serem percebidos pelos pais dos que quando ocorrem com as crianças.