Desde a inauguração, Unidade já atendeu 34,6 mil mulheres e ajudou na mudança do perfil das denúncias
(Campo Grande News, 01/02/2018 – acesse no site de origem)
Com 34,6 mil atendimentos divulgados pela Casa da Mulher Brasileira, nesta quinta-feira (1º), o prefeito Marquinhos Trad (PDS) justificou que o aumento de 124% nas denúncias tem relação com o encorajamento das campo-grandenses. A Unidade completa três anos de inauguração no próximo sábado (3) re e balanço apontou que até o perfil das denúncias mudou.
“As pessoas me perguntam se o aumento seria porque as mulheres estão sendo mais agredidas, mas na minha concepção é, justamente, porque elas estão tendo mais coragem para denunciar”, disse o prefeito.
Marquinhos pontuou a importância da Casa e, principalmente, o quesito de valorização da mulher, por exemplo, “as mulheres que dependiam do marido para sobreviver e, agora, com a casa elas conseguem se afastar e seguir a vida sozinhas, com projetos e cursos oferecidos”, finalizou.
Durante coletiva, a coordenadora geral da casa, Tai Loschi, informou que nesses três anos foram feitos 34.631 atendimentos na recepção e, deste total, 179.877 resultaram em encaminhamentos judiciais.
Embora os casos de tentativa de feminicídio tenham subido, Tai pontua que o perfil das vítimas evoluiu positivamente deste a chegada da Casa. As mulheres estão mais seguras.
“Quando inaugurou a casa, as mulheres que chegavam aqui estavam sempre muito machucadas, agora só com a ameaça elas já vêm para cá. A casa da Mulher deu segurança para as mulheres de Campo Grande”, disse.
A subsecretária de políticas públicas para mulheres, Carla Stephanini, complementou sobre a dificuldade que a unidade enfrentava para solucionar os problemas.
“Antes cada situação, que aparecia, tinha que ser solucionado em instituições diferentes. Agora é tudo centralizado na casa, ou seja, se eu preciso ir no juizado só vou no próximo bloco. É fundamental que a vítima perceba que está em uma situação de perigo e que há a necessidade de procurar ajuda”, disse.
A delegada titular da Deam (Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher) Ariene Nazareth Murad de Souza disse que houve aumento de 124% nos registros de boletins de ocorrência, levando em conta os casos de três anos antes da chegada da casa e dos últimos três depois da inauguração da casa.
A titular pontua que o crime mais comum é a agressão verbal, que inclui difamação, injúria e ameaças. A delegada informou que todos os femicídios na Capital foram solucionados e os autores presos e, que apesar, de as tentativas de feminicídio terem subido, os crimes consumados reduziram.
Ariene ressaltou, que o ciclo da violência se inicia na agressão verbal, e que de um total geral dos crimes, em 2015 foram – 6.195 registros, em 2016 – 7.237, e em 2017 – 7.326. A Polícia Civil ainda não informou a quantidade feminicídios nos três anos.
Danielle Valentim e Bruna Kaspary