Entre 2011 e 2016, mais de 4.200 bebês nasceram no Brasil fruto do estupro de crianças e adolescentes. Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde revelou que, neste período, 49.489 meninas de 10 a 19 anos foram vítimas deste tipo de abuso no país.
(Universa, 05/04/2018 – acesse no site de origem)
Garotas também estão mais sujeitas a morte por agressão. Esta é a segunda causa de mortalidade entre meninas de 5 a 19 anos, ficando atrás somente de acidentes de transportes terrestres.
Coordenada por Maria de Fátima Marinho, diretora do Departamento de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção da Saúde, a análise mostra que a ocorrência de estupro na infância ou adolescência pode estar associada à maior vulnerabilidade à depressão, ao suicídio, à gravidez, ao menor uso de métodos anticoncepcionais, maior risco de repetição da agressão e ocorrência de infecções sexualmente transmissíveis.
Entre quase 33 mil jovens de 10 a 14 anos abusadas, 43% dos estupros foram cometidos por familiares e parceiros íntimos; 66% dos casos ocorreram dentro da residência e o histórico de repetição foi de 45,6%. Mulheres negras são as mais afetadas – 58,1%, enquanto 29,6% das vítimas são brancas. Em relação às vítimas com idades entre 15 e 19 anos, cerca de 46% dos estupradores eram desconhecidos.
As mães vítimas de abusos registraram ainda maior percentual de parto prematuro (37,2%), além do início tardio do pré-natal e maior proporção de bebês com baixo peso ao nascer