ONU alerta para aumento de casamentos infantis entre refugiadas sírias

01 de fevereiro, 2017

Unfpa, Fundo de População das Nações Unidas, afirmou que isto está acontecendo com sírios que vivem no Líbano; estudo mostra que quase 35% das mulheres e meninas pesquisadas casaram antes dos 18 anos.

(Rádio ONU, 01/02/2017 – acesse no site de origem)

A ONU alertou para um aumento do número de casamentos infantis entre a população mais vulnerável de refugiados que vive na região oeste de Becá, no Líbano.

Segundo estudo feito pelo Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, pela Universidade Americana em Beirute e a organização Sawa, quase 35% das jovens entre 20 e 24 anos pesquisadas casaram antes de completar 18 anos.

Instabilidade e pobreza

O Unfpa diz ainda que entre as meninas sírias refugiadas entre 15 e 17 anos, 24% estão casadas.

O estudo explica que antes da guerra na Síria, o casamento infantil não era muito comum entre os sírios. As estimativas variam e mostram um aumento de até 400% dessa prática se comparado o período antes e depois do conflito.

A agência da ONU afirma que o deslocamento, a instabilidade e a pobreza estão causando a alta dos casamentos infantis. Para combater o problema, o Unfpa recomenda o cumprimento mais rigoroso das políticas que proíbem o casamento infantil.

Além disso, pede uma participação maior das meninas nas escolas e chama a atenção para as consequências de um casamento precoce entre as comunidades de refugiados.

Entre essas consequências estão o aumento dos riscos de complicações durante a gravidez.

Realidade

Uma das mulheres que participaram do estudo disse que “nenhuma menina deveria se casar antes dos 18 anos, mas a realidade é diferente”.

A pesquisa mostrou ainda que as matrículas das meninas nas escolas da região diminuem conforme a idade aumenta. Por exemplo, 70% das meninas de nove anos frequentam a sala de aula, esse índice cai para apenas 17% entre as alunas de 16 anos.

O estudo afirma que as meninas sem educação formal estão mais vulneráveis aos casamentos infantis.

Por isso, os programas de extensão do Unfpa tentam conscientizar os pais, líderes comunitários e trabalhadores de saúde sobre o problema.

A ONU apoia também locais seguros criados para atender a todas as mulheres e meninas que precisem de ajuda para que possam receber assistência jurídica e psicossocial.

Edgard Júnior

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