Entre os dias 27 de março e 5 de maio, 376 mulheres, de 21 estados e do Distrito Federal, registraram pedido de ajuda e 59% das denúncias são do estado de São Paulo.
(G1 SP, 08/05/2020 – acesse no site de origem)
O projeto Justiceiras recebe diariamente contatos de mulheres vítimas de violência doméstica no Brasil. Entre os dias 27 de março e 5 de maio, período em que vigora a quarentena no país, medida de isolamento social adotada para evitar a propagação do coronavírus, 376 mulheres, de 21 estados e do Distrito Federal, registraram pedido de ajuda. Destes, 59% são do estado de São Paulo.
O levantamento feito com base nos pedidos de ajuda recebidos pelo projeto mostra que a idade das vítimas varia entre 15 e 67 anos e que seis em cada dez mulheres atendidas têm entre 20 e 40 anos de idade.
Das 376 denúncias, em 188 casos, o agressor é o atual parceiro, e em 140 o agressor é um ex-parceiro da vítima. Os dados mostram também que 53% das mulheres atendidas se autodeclararam negras. Sendo que, desse percentual, 47% estão desempregadas e 35% não possuem nenhuma renda.
O projeto Justiceiras é uma iniciativa é mantida pelo Instituto Nelson Wilians, Instituto Justiça de Saia e ao Instituto Bem Querer Mulher, e por uma rede de voluntários que já chega a 1.300 pessoas. Os pedidos de ajuda englobam a violência física, moral, sexual e patrimonial.
“Em 30% dos casos, os agressores têm acesso ao celular da vítima. Os principais conflitos relatados por essas mulheres são: controle da comunicação, através do acesso à internet e/ou celular, proibição de sair de casa, companheiros que não seguem a quarentena e colocam em risco a família, homens que dificultam ou impedem a realização de trabalhos em casa (home-office) e o controle da renda familiar”, disse a advogada Anne Wilians, presidente do INW-Instituto Nelson Wilians.
Para solicitar a ajuda oferecida pelo projeto, a vítima deve entrar em contato pelo whatsapp no número (11) 99639-1212 e preencher um formulário eletrônico. Depois ela é direcionada para uma equipe voluntária, profissional e multidisciplinar que conta com advogadas, psicólogas e assistentes sociais.
A partir do dia 25 de março o governo de São Paulo permitiu que denúncias de violência doméstica fossem realizadas por meio eletrônico. Para fazer o boletim basta acessar o site da delegacia eletrônica da polícia civil.
Por Beatriz Borges