‘Pobreza no país tem como cor predominante a negra’, diz Dilma

19 de novembro, 2015

(Folha de S. Paulo, 19/11/2015) A presidente Dilma Rousseff reconheceu nesta quinta-feira (19) que o país ainda deve avançar na igualdade de oportunidades entre brancos e negros e defendeu a ampliação do atual sistema de cotas nas universidades federais e no setor público.

Em discurso em comemoração ao Dia da Consciência Negra, a petista afirmou que a pobreza no país sempre teve como cor predominante a negra e que a garantia de direitos iguais para as diferentes etnias será uma diretriz de seu segundo mandato.

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“Tanto as cotas nas universidades como para os servidores público fazem parte de um processo que não pode parar. Nós não somos iguais uns ao outros fisicamente, mas é exigido de um governo federal que promova a igualdade de oportunidades”, disse.

Para ela, é necessário resgatar no país a “dívida social” dos anos de escravidão e privilegiar “aqueles que permaneceram apartados e desconsiderados na divisão dos frutos da riqueza e do desenvolvimento”.

A presidente lembrou que de acordo com o Censo de 2010 atualmente 54% da população brasileira se declara negra e ressaltou que o combate à exclusão racial faz parte do esforço para reduzir o racismo no país.

“Em um mundo marcado pela xenofobia, pelo racismo e pelos preconceitos, a proverbial tolerância e o convívio com o diferente deve ser agora defendido por nós com unhas e dentes”, afirmou.

No evento, promovido no Palácio do Planalto, a presidente entregou títulos de posse e concessão de territórios a comunidades quilombolas em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Pernambuco.

Em discurso, no início do evento, a coordenadora da CONAQ (Coordenação Nacional das Comunidades Quilombolas), Sandra Maria Andrade, defendeu a luta contra o impeachment da presidente e ironizou o acampamento de manifestantes, em frente ao Congresso Nacional, que pede o afastamento da petista.

“Os acampado, que estão ali passando férias, acho que vão sair mais rápido”, afirmou.

Nesta quarta-feira (18), manifestantes foram presos em frente ao Congresso Nacional após confronto com grupo que participava da Marcha das Mulheres Negras.

Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, houve disparos de arma de fogo por dois policiais civis, um deles reformado, do Maranhão, e outro, do DF. Ambos foram encaminhados à Corregedoria da Polícia Civil do Distrito Federal.

Gustavo Uribe

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