(ONU Brasil, 04/05/2016) Encontro na semana passada reuniu membros da comunidade acadêmica para discutir o que fazer diante de episódios de violência envolvendo mulheres e como reagir à discriminação de gênero.
Com o apoio da ONU Mulheres, a Universidade de Brasília (UnB) realizou na semana passada (25) uma aula pública sobre discriminação de gênero e sobre como agir diante de episódios de violência envolvendo o público feminino. A data do evento marcou o Dia Laranja pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.
A iniciativa foi mais uma das ações que a UnB tem promovido para enfrentar a violência contra as mulheres. Na instituição, estratégias de conscientização foram fortalecidas após o assassinato da estudante de biologia Louise Ribeiro, de 20 anos. O crime aconteceu em março de 2016 dentro da universidade e foi cometido pelo ex-namorado e colega de curso da vítima.
Aberta a toda a comunidade acadêmica, a aula foi ministrada pela professora e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre a Mulher (NEPEM), Lourdes Bandeira. O encontro foi organizado em parceria com a Diretoria de Diversidade do Decanato de Assuntos Comunitários da UnB. A ONU Mulheres e a campanha do secretário-geral da ONU “UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres” também prestaram apoio.
#DiaLaranja Profa. Lourdes Bandeira, Sociologia e Nepem da #UnB, faz aula pública sobre violência contra as mulheres pic.twitter.com/x7LmlxDEjo
— ONU Mulheres Brasil (@ONUMulheresBR) 25 de abril de 2016
Pesquisa revela panorama da violência de gênero em universidades
Uma pesquisa de 2015 sobre a violência de gênero nos meios universitários – feita pelo Instituto Avon e o Data Popular com o apoio da ONU Mulheres – revelou que, para reverter o cenário de violência, tanto mulheres (95%) quanto homens (88%) acreditam que a faculdade deveria criar meios de punir os responsáveis por agressões contra mulheres na instituição.
A maioria dos públicos feminino (78%) e masculino (64%) também concorda em incluir o tema “violência contra a mulher” na grade curricular.
O levantamento ouviu 1.823 universitárias e universitários das cinco regiões do país. Desse número, 60% eram mulheres e 40% eram homens. Entre as entrevistadas, 67% afirmaram já ter sofrido algum tipo de violência (sexual, psicológica, moral ou física) no ambiente da universidade. Em relação à violência sexual, 28% já foram estupradas e 56% já sofreram assédio. Os dados são de 2015. Acesse o levantamento aqui.
UnB e ONU Mulheres: parceiros desde 2015
No início de abril, a UnB e a ONU Mulheres já haviam promovido o encontro “A Construção coletiva de ações para o enfrentamento à violência contra as mulheres”. Entre o programa estabelecido pela iniciativa, está a realização de debates, aulas públicas e palestras voltadas à eliminação da violência contra as mulheres em todos os dias 25 de cada mês. A data é celebrada mundialmente como o Dia Laranja pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.
Em junho de 2015, a Universidade aderiu ao Movimento ElesPorElas (“HeForShe”) de Solidariedade pela Igualdade de Gênero – proposto pela ONU Mulheres para mobilizar especialmente os homens e meninos na defesa dos direitos de mulheres e meninas.
Em outubro do ano passado, a UnB e a agência da ONU organizaram o curso de extensão “Investigação, processo e julgamento de mortes violentas de mulheres com a perspectiva de gênero”, realizado na Fundação Memorial Darcy Ribeiro por meio do Grupo Candango de Criminologia, da Faculdade de Direito. Também participaram o Grupo de Estudos de Gênero e Psicologia Clínica, do Instituto de Psicologia), e o NEPEM.
A capacitação formou cerca de 30 pessoas, entre policiais civis e militares, bombeiros, delegados, promotores de justiça, defensores públicos, juízes e servidores envolvidos na aplicação das diretrizes nacionais para investigar, processar e julgar as mortes violentas de mulheres – conhecidas hoje como feminicídios.
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