Violência digital nos relacionamentos: por que é tão difícil de identificar?

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Foto: Freepik

15 de julho, 2024 AzMina Por Natália Sousa

Em 2022, o Brasil ocupava a segunda posição no ranking global de vítimas de stalkerware – nome dado a programas de perseguição pelo celular

Na era da internet, o virtual e o real estão separados por linhas cada vez mais frágeis. É nesse contexto que a violência digital nos relacionamentos emerge. Ela acontece quando uma das partes da relação usa a tecnologia para atacar, censurar, intimidar, constranger, perseguir, controlar.

Uma expressão dessa violência é o “stalkerware”. Nome dado aos programas de espionagem que são instalados no celular da vítima, sem que ela perceba. Com ele no aparelho, dados como localização, sites visitados, buscas feitas, mensagens trocadas, ligações, entre outras coisas, são, imediatamente, informados ao espião.

Foi o caso da estudante de pedagogia Gabriela Lessa. Na primeira noite morando junto com o marido em uma nova cidade, ela se viu pressionada a transar. Não queria, porque a filha de 4 anos estava no quarto. Inconformado com a negativa, ele começou uma briga. Assustada com a situação, ela desabafou com a mãe numa conversa pelo celular. Dias depois ela descobriu que a conversa não tinha sido privada. O então marido tinha acompanhou tudo por meio de um aplicativo.

Perseguição não para de crescer

Em 2022, o Brasil ocupava a segunda posição no ranking global de vítimas desse crime.  E os casos de stalkerware não param de crescer. Em 2023, esse tipo de espionagem aumentou 358% no país. As informações são de uma pesquisa feita pela Avast,  empresa de segurança digital e privacidade.

Além do stalkware, a violência digital nos relacionamentos também ocorre de outras formas, algumas delas são:

  • o seu parceiro decide quem você pode ou não adicionar nas redes sociais. E também quem você deve excluir;
    exige as senhas do seu telefone, contas de e-mail e outros aplicativos;
  • controla quais são as fotos que você pode postar, vigia suas conversas e suas chamadas telefônicas;
    insiste para mandar nudes e tenta te convencer a entrar em conversas eróticas pelo celular com ele;
  • cria contas falsas para te monitorar;
    envia textos ou mensagens o tempo todo e fica irritado se você não responde no tempo que ele quer;
  • acessa suas contas bancárias e faz transações sem o seu consentimento;

No caso de Gabriela Lessa, a descoberta do programa espião aconteceu por causa de “problemas” inesperados no celular. Ao clicar nos aplicativos que usava com frequência, como Facebook e Whatsapp, o aparelho desligava. Foi quando ela viu no histórico de download um programa que ela não lembrava de ter instalado. Jogando o nome no Google, percebeu o que estava acontecendo.

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