(Folha de S. Paulo| 03/06/2022 | Por Tayguara Ribeiro, Uirá Machado e Fernando Pedroso)
Campanhas eleitorais são caras, mesmo na era digital. A quantidade de dinheiro que cada candidato usa depende de variáveis como cargo em disputa, estrutura do partido e influência dentro da legenda. Na média, porém, depende também de dois fatores em tese sem relação com isso: raça e gênero.
A diferença é expressiva. Em 2014, candidatos brancos que declararam recursos na disputa para deputado federal conseguiram, em média, R$ 399 mil para financiar suas campanhas. Os candidatos negros tiveram um terço desse valor: R$ 138 mil.
Em 2018, após mudanças nas regras, como a que barrou o financiamento por empresas, essas cifras médias ficaram menores, mas a disparidade permaneceu elevada: R$ 251 mil para os brancos e R$ 110 mil para os negros.