(Revista Trip, 25/02/2016) Criada por professoras e pesquisadoras, rede “Quem cala consente?” apoiar vítimas de violência sexual e de gênero nos campi da USP
As universidades brasileiras têm pelo menos um ponto em comum com as americanas. Sabe qual? A violência sexual. A diferença é que lá o assunto é tratado abertamente. Na aula inaugural para novos alunos, os reitores falam de assédio sexual, o que o caracteriza e como deve ser administrado. Mesmo assim, muitos incidentes infelizes seguem acontecendo.
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Agora, imaginem aqui no Brasil, mal se fala no assunto. A boa notícia é que isso está mudando, pelo menos na USP. Mais de 100 professoras e pesquisadoras da Universidade criaram a rede “Quem cala consente?”, da qual participo, para apoiar vítimas de violência sexual e de gênero nos campi. A interrogação nome tem importância fundamental: em geral, quem cala não consente, mas sofre, se envergonha, se culpa, e precisa ser acolhido.
No momento, a rede lançou abaixo-assinado com as seguintes solicitações à Reitoria da USP:
- a continuidade e a efetividade de processos já iniciados, como os casos de violência sexual ocorridos na Faculdade Medicina e na Medicina Veterinária;
- a priorização do enfrentamento dos problemas da CRUSP, de modo que o Conjunto Residencial se torne exemplar de novas abordagens e procedimentos efetivos contra a violência sexual e de gênero no cotidiano universitário;
- a criação de mecanismos e espaços de denuncia, apuração e responsabilização, marcados por cuidado e sigilo;
- a efetivação de ações mais educativas e menos repressoras, dando centralidade às questões de gênero associadas aos contextos de violência;
Na petição, o grupo cita a CPI da violência nas universidades, que registra a violência nas instituições estaduais paulistas, inclusive a USP.
Leia o abaixo-assinado e, se concordar, assine. Enfrentar a violência sexual e de gênero nas universidades é um passo importante para o Brasil se tornar um país de primeiro mundo.
Vai lá: Quem cala consente?
Acesse no site de origem: Violência sexual nas universidades – até quando?, por Lygia da Veiga Pereira (Revista Trip, 25/02/2016)