Dados do STM mostram 56 ações penais abertas desde 2018; OUTRO LADO: Exército, Marinha e FAB dizem repudiar prática e apurar com rigor
Uma mordida no pescoço numa sala do setor financeiro de um batalhão. Um militar embriagado de cueca que invade o quarto de uma sargento no alojamento e a convida para se deitar com ele. Um ajeitar malicioso da tarjeta de identificação a fim de tocar os seios de uma oficial.
Um conjunto de casos isolados reunidos pela Folha mostra como as Forças Armadas enfrentam nos últimos anos uma sequência de acusações de assédio e importunação sexual dentro das unidades espalhadas pelo país, envolvendo praças e oficiais.
Dados do STM (Superior Tribunal Militar) mostram que 56 ações penais sobre o tema foram abertas a partir de 2018. Desde o ano passado foram 29 denúncias, o equivalente a 3 a cada 2 meses. Ficam de fora desta contagem investigações ainda em curso nas unidades militares ou episódios mantidos em segredo pelas vítimas.
Em sua maioria, trata-se de militares mulheres vítimas de constrangimento e desrespeito em batalhões por colegas da caserna. Elas relatam desde cantadas inadequadas e carinhos não autorizados até ataques físicos diretos em ambientes fechados, sem testemunhas.