A Agência Patrícia Galvão selecionou alguns destaques das principais pesquisas sobre os vários tipos de violência de gênero (para mais dados e contatos de fontes especializadas: acesse o Dossiê Violência Contra as Mulheres):
Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil (Flacso/OPAS-OMS/ONU Mulheres/SPM, 2015)
Dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados em 2013 no Brasil, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo que em 33,2% destes casos, o crime foi praticado pelo parceiro ou ex. Essas quase 5 mil mortes representam 13 homicídios femininos diários em 2013.
O Mapa da Violência 2015 revela ainda que, entre 1980 e 2013, 106.093 brasileiras foram vítimas de assassinato. De 2003 a 2013, o número de vítimas do sexo feminino cresceu de 3.937 para 4.762, ou seja, mais de 21% na década.
Homicídio de negras aumenta 54% em 10 anos – O Mapa também mostra que a taxa de assassinatos de mulheres negras aumentou 54% em dez anos, passando de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. Chama atenção que no mesmo período o número de homicídios de mulheres brancas tenha diminuído 9,8%, caindo de 1.747, em 2003, para 1.576, em 2013.
Acesse a pesquisa na íntegra: Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil (Flacso/OPAS-OMS/ONU Mulheres/SPM, 2015)
85% das mulheres brasileiras têm medo de sofrer violência sexual
37% dos homens e mulheres entrevistados concordam que “mulheres que se dão ao respeito não são estupradas”. Entre as mulheres a concordância com essa frase cai para 32%, enquanto que entre homens sobe a 42%. A boa notícia é que a tendência a culpar a vítima aumenta com idade e diminui com mais educação.
91% concordam que “temos que ensinar meninos a não estuprar”.
Estes são alguns dos destaques da pesquisa sobre percepção da população brasileira sobre violência sexual realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública/Datafolha em 2016.
3 em cada 5 mulheres jovens já sofreram violência em relacionamentos, aponta pesquisa realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Data Popular (nov/2014).
37% das jovens também afirmam ter tido relação sexual sem preservativo por insistência do parceiro. A pesquisa revela também altos índices de naturalização da violência nos relacionamentos, que é mais associada a agressões físicas. Embora apenas 8% das mulheres admitam espontaneamente já terem sofrido violência do parceiro e só 4% dos rapazes reconheçam que já tiveram atitudes violentas contra parceiras, diante de exemplos de atos violentos como ameaçar, xingar, humilhar, controlar, impedir de sair ou de usar determinada roupa, entre outros, 55% dos homens declararam ter realizado tais práticas e 66% das mulheres afirmaram ter sido alvo de alguma das ações citadas no questionário por parte do parceiro.
Para 70% da população, a mulher sofre mais violência dentro de casa do que em espaços públicos no Brasil
Pesquisa de opinião inédita, realizada pelo Data Popular e Instituto Patrícia Galvão, revelou que 7 em cada 10 entrevistados consideram que as brasileiras sofrem mais violência dentro de casa do que em espaços públicos, sendo que metade avalia ainda que as mulheres se sentem de fato mais inseguras dentro da própria casa.
Os dados revelam que o problema está presente no cotidiano da maior parte dos brasileiros: entre os entrevistados, de ambos os sexos e todas as classes sociais, 54% conhecem uma mulher que já foi agredida por um parceiro e 56% conhecem um homem que já agrediu uma parceira. E 69% afirmaram acreditar que a violência contra a mulher não ocorre apenas em famílias pobres.
Veja outros destaques ou acesse a pesquisa na íntegra: Percepção da sociedade sobre violência e assassinatos de mulheres
Cem por cento das brasileiras sabem da existência da Lei Maria da Penha
Desde 2009 a pesquisa DataSenado pergunta às entrevistadas se já ouviram falar da Lei Maria da Penha e sempre registra um elevado percentual de conhecimento sobre a existência da lei: em 2011 eram 98%, e em 2013, 99%. Em 2015, praticamente 100% das entrevistadas declararam saber da Lei.
Ao mesmo tempo, em relação aos anos anteriores, menos mulheres acreditam que a proteção à mulher melhorou com a Lei Maria da Penha. Hoje, 56% apontam estar mais protegidas. Em 2013, eram 66%.
Uma em cada cinco declara já ter sofrido algum tipo de violência; dessas mulheres, 26% ainda convivem com o agressor.
O Jornal do Senado explica o tema: www.senado.leg.br/mariadapenha
A íntegra da pesquisa DataSenado: Pesquisa Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (DataSenado, 2015).
Pesquisa do Ipea sobre assassinatos de mulheres destaca necessidade de tipificação penal para o feminicídio
No Brasil, entre 2001 a 2011, estima-se que ocorreram mais de 50 mil feminicídios: ou seja, em média, 5.664 mortes de mulheres por causas violentas a cada ano, 472 a cada mês, 15,52 a cada dia, ou uma morte a cada 1h30. Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em uma pesquisa inédita, que reforçou as recomendações realizadas em julho pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que avaliou a situação da violência contra mulheres no Brasil.
Saiba mais sobre a pesquisa Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil – dados corrigidos sobre taxas de feminicídios e perfil das mortes de mulheres por violência no Brasil e nos estados
Seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica.
– Machismo (46%) e alcoolismo (31%) são apontados como principais fatores que contribuem para a violência.
– 94% conhecem a Lei Maria da Penha, mas apenas 13% sabem seu conteúdo. A maioria das pessoas (60%) pensa que, ao ser denunciado, o agressor vai preso.
– 52% acham que juízes e policiais desqualificam o problema.
Esses são alguns dos achados da Pesquisa Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil, realizada pelo Instituto Avon / Ipsosentre 31 de janeiro a 10 de fevereiro de 2011. Saiba mais
91% dos homens dizem considerar que “bater em mulher é errado em qualquer situação”.
– Uma em cada cinco mulheres consideram já ter sofrido alguma vez “algum tipo de violência de parte de algum homem, conhecido ou desconhecido”.
– O parceiro (marido ou namorado) é o responsável por mais de 80% dos casos reportados.
– Cerca de seis em cada sete mulheres (84%) e homens (85%) já ouviram falar da Lei Maria da Penha e cerca de quatro em cada cinco (78% e 80% respectivamente) têm uma percepção positiva da mesma.
A Pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado foi realizada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo em parceria com o SESC. Saiba mais
Balanço do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
Em 2015, o Ligue 180 realizou 749.024 atendimentos – uma média de 62.418 por mês e 2.052 por dia -, número 54,40% maior do que o registrado em 2014 (485.105). Do total de atendimentos em 2015, 41,09% corresponderam à prestação de informações; 9,56%, a encaminhamentos para serviços especializados de atendimento à mulher; 38,54%, a encaminhamentos para outros serviços de teleatendimento (190/Polícia Militar, 197/Polícia Civil, Disque 100/SDH).
Em comparação a 2014, houve aumento de:
44,74% no número de relatos de violência
325% de cárcere privado (média de 11,8/dia)
129% de violência sexual (média de 9,53/dia)
151% de tráfico de pessoas (média de 29/mês)
Desde sua criação em 2005, a Central de Atendimento à Mulher já registrou 4.823.140 atendimentos. Saiba mais
Serviços de Atendimento à Mulher disponíveis no país
O Brasil tem mais de 5.550 municípios e apenas:
497 delegacias especializadas de atendimento à mulher e 160 núcleos especializados dentro de distritos policiais comuns
235 centros de referência especializados (atenção social, psicológica e orientação jurídica)
72 casas abrigo
91 juizados/varas especializadas em violência doméstica
59 núcleos especializados da Defensoria Pública
9 núcleos especializados do Ministério Público
Fonte: Secretaria de Políticas para as Mulheres
Entre no site da Secretaria de Políticas para as Mulheres para ter acesso à relação de serviços de atendimento específicos para mulheres (separados por Estado)
Para mais dados e contatos de fontes especializadas: acesse o Dossiê Violência Contra as Mulheres