A simples existência da arma já aumenta o risco da violência doméstica; leia análise

28 de outubro, 2021

É uma ilusão pensar que as vítimas de violência conseguiriam se defender se estivessem armadas. A arma serviria ao agressor

(O Estado de S.Paulo | 28/10/2021 / Por Valeria Scarance)

A presença da arma de fogo é reconhecida, no Brasil e no exterior, como um importante fator de risco para as mulheres. O simples fato de existir uma arma de fogo, seja ela legal ou não, aumenta em seis vezes o risco de morte. Se a vítima já foi ameaçada por arma de fogo, o risco de morte é 20 vezes maior. A arma não exige dominação da vítima. É mais rápida e com grande poder letal.

Lei Maria da Penha já prevê os instrumentos necessários para prevenir a morte e a violência contra a mulher. É importante que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) adote essa recomendação como uma orientação para todos os juízes. Uma vez adotada, ela pode prevenir muito as mortes e violências mais severas. O que se pretende, com essa recomendação do CNJ, é acelerar a proteção da mulher.

*PROMOTORA DE JUSTIÇA, COORDENADORA DO NÚCLEO DE GÊNERO DO MPE-SP E AUTORA DO LIVRO ‘LEI MARIA DA PENHA – O PROCESSO NO CAMINHO DA EFETIVIDADE’

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