(Folha de S. Paulo | 22/04/2022 | Por Conrado Hübner Mendes)
Discursar pela vida e adotar práticas de morte em massa é a variante mais letal da política do pânico e circo no Brasil. Discursar pela liberdade, perseguir vozes divergentes e violentar grupos vulneráveis, ou gritar pela segurança e implementar políticas de difusão da insegurança (e da sensação de insegurança) compõem esse repertório de dominação pelo ilusionismo.
A política do pânico e circo produz democracia com déficit de atenção, distraída pelo barulho e fúria gestados artificialmente em laboratório. Diante do pânico, mercadores da bala de prata vendem a mesma solução: criminalizar, prender, matar. Bolsonaro é ponto culminante, sem verniz bacharelesco, dessa história (veja suas “21 técnicas de matar em silêncio”, coluna anterior).