(Folha de S. Paulo| 03/05/2022 | Por Ilana Ambrogi e Helena Borges Martins da Silva Paro)
A notícia do vazamento do rascunho de uma potencial decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos revertendo entendimento que há décadas assegura o acesso à interrupção voluntária da gravidez provoca alerta, porque sabemos que a garantia do direito ao aborto é inseparável da garantia do direito à saúde.
Se a ameaça de reversão de Roe vs. Wade se concretizar, isso deixará milhares de americanas à mercê de decisões políticas arbitrárias, alijadas das evidências científicas, por parte de legisladores estaduais que podem inclusive impedir totalmente o direito ao aborto.
Não garantir o acesso a esse procedimento afeta negativamente a vida das mulheres e pessoas que podem gestar, das famílias e da sociedade como um todo. Afeta, principalmente, pessoas em contextos de maior vulnerabilidade e que estão constantemente subjugadas a estruturas racistas, capacitistas e heteronormativas.