Dados foram obtidos pelo g1 via Lei de Acesso à informação. Nesta semana, o Ministério da Saúde publicou uma cartilha na qual afirma que ‘não existe aborto legal’ e defendeu que os casos permitidos no Brasil sejam submetidos a ‘investigação policial’.
(g1 SP | 09/06/2022 | Por Victor Farias e Patrícia Figueiredo)
Quase 40% das mulheres que fizeram um aborto autorizado por lei no Brasil entre janeiro de 2021 e fevereiro deste ano realizaram o procedimento fora do município onde moravam, segundo levantamento feito pelo g1 com dados do Sistema Único de Saúde (SUS) obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI).
A distância representa uma entre diversas dificuldade que mulheres brasileiras enfrentam para obter o abortamento no país. Nesta semana, o Ministério da Saúde publicou uma cartilha na qual afirma que “não existe aborto ‘legal’” e defendeu que os casos permitidos no Brasil sejam submetidos a “investigação policial”. Pesquisa do instituto Datafolha divulgada na última sexta-feira (3) mostrou que 65% dos brasileiros consideram que a lei que permite aborto em casos de estupro, anencefalia e risco de vida à gestante deve permanecer como está ou ser ampliada para mais situações.
Foram 1.823 procedimentos de aborto autorizado por lei no Brasil no período. Destes, 711 ocorreram em uma cidade diferente da que a paciente morava. Deste total, 25 mulheres saíram dos seus estados para fazer o abortamento, que no Brasil é permitido por lei em três casos:
- gravidez decorrente de estupro;
- risco à vida da gestante;
- anencefalia, ou seja, quando o feto tem malformação no cérebro.
Seis dessas 25 mulheres realizaram o procedimento a mais de mil quilômetros de onde moram.
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