Agressões e assédios impedem avanço da diversidade no poder público
(Margarida Gorecki e Helena Salvador/Folha de S. Paulo) Às vésperas das eleições, fica clara a escalada da violência política no Brasil. Longe de serem isolados, os casos relatados recentemente, como assassinatos de eleitores e ameaças a candidatas, refletem o atual contexto de radicalização e de apologia à violência armada e ao discurso de ódio contra grupos da sociedade, amparados por uma extensa rede de desinformação —e, muitas vezes, endossados pelo atual presidente da República.
Tal fenômeno, além de ser um marcador do avanço do autoritarismo no país, contribui para a deterioração de nossa democracia e coloca em risco a integridade de políticos, candidatos e até mesmo dos eleitores. Em um estudo recente da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps), em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 67% dos entrevistados afirmam ter medo de serem agredidos fisicamente em razão de sua escolha política ou partidária.