Procuradora Raquel Branquinho, que coordena o Grupo de Trabalho de Prevenção e Combate à Violência, aponta percepção de que denúncias saltaram durante o período eleitoral
(Pauline Almeida/ CNN Brasil) Na primeira eleição com a lei que criminaliza a violência política contra a mulher, o Ministério Público Federal soma 83 procedimentos abertos desde a vigência da novidade, em agosto do ano passado. A coordenadora do Grupo de Trabalho de Prevenção e Combate à Violência Política de Gênero da Procuradoria-Geral Eleitoral, Raquel Branquinho, aponta que houve um crescimento das denúncias no período de campanha.
“Embora não tenhamos uma base de dados informativa adequada para fazer um comparativo, a percepção que tenho é que aumentou muito em razão de vários fatores”, apontou à CNN.
“Um deles é a própria promulgação da lei, que trouxe uma maior consciência coletiva desse tema, inclusive e principalmente para as próprias vítimas que passaram a melhor identificar situações que podem configurar violação política de gênero, que, no momento de campanha eleitoral, traduziu-se em ataques e discursos de ódio para desmerecer determinadas candidatas e também na ausência ou no subfinanciamento das campanhas eleitorais femininas”, acrescentou.
O MPF não tem um recorte específico de quantos casos registram conexão direta com o período eleitoral.
Mas a lista com os procedimentos abertos desde o início da legislação contava com 35 relatos até o fim de agosto, número que saltou para 83 até esta semana, com a adição de várias denúncias, por exemplo, do não recebimento de recursos de campanha por candidatas.