Independentemente do grau de desenvolvimento econômico e social do país e da maturidade de seu mercado de trabalho, um dado não muda: a partir do momento em que uma mulher tem filhos, sua carreira se descola da dos homens. O acesso a vagas de trabalho cai, assim como a renda — 39 em cada 100 não estarão empregadas depois de 48 meses do nascimento de um filho.
Existem políticas públicas que contribuem para reduzir a dificuldade, como as licenças maternidade e parentais e o acesso a creches, mas elas são suficientes. Para alcançar um maior equilíbrio de gênero no mercado de trabalho, é preciso avançar com ações capazes de lidar com este desafio. Mas não há respostas simples: aumentar o tempo de licença para as mães, por exemplo, não tem se mostrado comprovadamente eficaz em todos os casos.
Essa foi, em linhas gerais, a argumentação compartilhada pela economista Cecilia Machado, uma das principais pesquisadoras brasileiras na área de diversidade de gênero no mercado de trabalho, além de economista-chefe do banco BOCOM BBM, colunista da Folha de S. Paulo e professora da Fundação Getulio Vargas. Ela participou de um evento no Insper, no dia 30 de novembro.
Ao lado do presidente da instituição, Marcos Lisboa, ela abordou as dificuldades encontradas pelas mulheres no mercado, a desigualdade social e os desafios para a formulação de políticas públicas voltadas para assistência social. O vídeo do evento “Diversidade de Gênero e Mercado de Trabalho” está disponível na íntegra no site do Insper.