Pesquisadores do Amazonas vão monitorar casos de feminicídios na região Norte, com foco em Manaus. O trabalho terá participação de estatísticos, geógrafos, epidemiologistas, antropólogos e de profissionais de tecnologia da informação.
O objetivo é lançar o “Observatório de Monitoramento e Prevenção Integrada do Feminicídio” até o final de 2023 para acesso público em um site específico. A mobilização pretende combater o crime com estratégias de prevenção.
“A iniciativa é essencialmente interdisciplinar, ao agregar diferentes expertises em torno de um mesmo objetivo geral, estimar o número de feminicídios, as características dessas ocorrências letais e fatores de risco associados às vítimas e agressores, bem como a distribuição desses eventos no espaço geográfico”, diz o epidemiologista Jesem Orellana.
Os pesquisadores envolvidos são da Fiocruz Amazônia (Fundação Oswaldo Cruz) e da UEA (Universidade do Estado do Amazonas). A iniciativa também conta com o apoio de estudantes da Universidade Federal de Rondônia.
Orellana, que é coordenador do projeto, afirma que uma versão preliminar existe desde 2018 e está sendo aperfeiçoada, com dados desde 2016 (um ano após a promulgação da Lei do Feminicídio) até 2021. Ele coordena o estudo “Proposta de monitoramento epidemiológico e espaço-temporal dos feminicídios: potencialidades da vigilância da informação em saúde à equidade de gênero”.
“O monitoramento está sendo efetuado com base em informações capturadas em sites de notícias da internet e em informações oficiais sobre mortalidade em mulheres com 10 anos e mais”, diz.