Quando a violência mora ao lado

Feminicídio Assassinato de Mulheres Epidemia

Foto: Mídia Ninja

24 de janeiro, 2023 Piauí Por Luigi Mazza, Maria Júlia Vieira e Renata Buono 

A maioria das mulheres vítimas de homicídio são mortas por alguém próximo a elas – em geral, parceiros ou ex-parceiros. Em 2021, segundo dados da ONU, apenas 11% de todos os assassinatos contra homens no mundo foram causados por uma figura próxima a eles; entre as mulheres, o índice foi de 56%. Esse padrão se aplica ao Brasil, que nos últimos anos viveu uma escalada da violência de gênero. No primeiro semestre de 2022, o país registrou 699 feminicídios – uma média de quatro por dia. É o maior patamar da série histórica, iniciada em 2019. O dado, porém, pode estar subnotificado, por se tratar de uma tipificação sujeita a interpretação. No Distrito Federal, mais da metade das mortes violentas de mulheres foram registradas como feminicídio em 2021. No Ceará, foram apenas 9%. A disparidade é um indicativo de que parte dos feminicídios não está sendo registrada como tal. O =igualdades desta semana traça um panorama da violência de gênero no Brasil.

Dados levantados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com base nos boletins de ocorrência realizados pelas Polícias Civis dos Estados e DF, apontam um aumento de 10,8%  nos casos de feminicídio quando comparados o primeiro semestre de 2019 e o mesmo período de 2022. Em média, 4 mulheres são assassinadas em decorrência de seu gênero por dia no Brasil, equivalente a um feminicídio a cada 6 horas.

A maioria dos homicídios de homens ocorre longe da esfera privada. Para mulheres e meninas, a situação é diferente: a casa pode ser um local que coloca suas vidas em risco. No mundo, mais da metade das mulheres vítimas de homicídio são mortas pelo parceiro ou um familiar. Em 2021, de acordo com a ONU, aproximadamente 45 mil mulheres ou meninas foram assassinadas por alguém de sua própria família.

No Brasil, 96% dos feminicídios são cometidos por pessoas próximas às vítimas, sendo elas companheiros, ex-companheiros ou familiares. Cerca de 66% das vítimas são assassinadas em suas residências. Em 2021, apenas 3,8% dos assassinatos de mulheres em decorrência do seu gênero foram cometidos por desconhecidos.

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