Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, só em 2022 quase 12 milhões de mulheres foram vítimas de abuso no emprego.
A partir desta segunda-feira (20), o combate aos casos de assédio moral e sexual é uma obrigação de todas as empresas brasileiras. Uma portaria do Ministério do Trabalho determina que a Cipa – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – passe a ter também essa função.
A nova norma (MTP nº 4219) foi publicada em dezembro de 2022. Toda empresa precisa ter pelo menos um funcionário encarregado de cuidar destas atividades.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, só em 2022 quase 12 milhões de mulheres foram vítimas de abuso no emprego.
Jaqueline Carrijo, auditora fiscal do Ministério do Trabalho, diz que a nova Cipa é um avanço na preservação dos direitos no ambiente de trabalho.
“Nós temos a expectativa de que as mulheres, as vítimas de assédio sexual troquem o medo pela coragem. Essa medida alcança terceirizados, jovens aprendizes, por exemplo, uma medida extremamente importante e que nos interessa e muito que ela seja efetivada”, explica Jaqueline.
Em uma construtora, onde trabalham 600 homens e 50 mulheres, por exemplo, para evitar situações de assédio, a empresa promove palestras sobre o assunto e também criou um Disque-Denúncia.
“Antigamente, as funcionárias eram orientadas a procurar seu superior . Hoje, a gente criou esse canal de denúncias que é gerido por mulheres, justamente pra que essas mulheres sejam mais acolhidas e para que esse assunto seja levado à frente com toda seriedade e com empatia também”, afirma a diretora Mariana Ribeiro.
A engenheira Laís de Oliveira Paiva Castro, formada há oito anos em engenharia civil, relembra situações constrangedoras que passou no começo da carreira: